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ID
2241838
Banca
FGV
Órgão
FGV
Ano
2016
Provas
Disciplina
Literatura
Assuntos

  Em uma outra casinha do cortiço acabava de estalar uma nova sobremesa, engrossando o barulho geral: era o jantar de um grupo de italianos mascates, onde o Delporto, o Pompeo, o Francesco e o Andrea representavam as principais figuras. Todos eles cantavam em coro, mais afinados que nas outras duas casas; quase, porém, que se lhes não podia ouvir as vozes, tantas e tão estrondosas eram as pragas que soltavam ao mesmo tempo. De quando em quando, de entre o grosso e macho vozear dos homens, esguichava um falsete feminino, tão estridente que provocava réplica aos papagaios e aos perus da vizinhança. E, daqui e dali, iam rebentando novas algazarras em grupos formados cá e lá pela estalagem. Havia nos operários e nos trabalhadores decidida disposição para pandegar, para aproveitar bem, até ao fim, aquele dia de folga. A casa de pasto fermentava revolucionada, como um estômago de bêbado depois de grande bródio, e arrotava sobre o pátio uma baforada quente e ruidosa que entontecia. 

Aluísio Azevedo, O cortiço.

A crítica literária costuma observar que, em O cortiço, considerado como um todo, ocorre uma espécie de ampla personificação, na medida em que, convertido em um único ente, o próprio cortiço figurado na obra seria sua personagem principal. Esse mesmo processo de personificação ocorre, em escala menor, no seguinte trecho do texto: 

Alternativas
Comentários
  • LETRA e) “A casa de pasto fermentava revolucionada, como um estômago de bêbado depois de grande bródio, e arrotava sobre o pátio uma baforada quente e ruidosa que entontecia.”

    Há uma personificação da casa, nesse trecho, a casa é como se fosse um personagem com características próprias, como por exemplo : "fermentava revolucionada"> o verbo nos da a idéia que a casa tem vida própria