Aplicação em solos argilosos, com maior tempo de contato do fosfato com o solo, com revolvimento do solo (aração e gradagem) de modo a mudar de lugar a partícula do fosfato , com maior CTC (dreno para o cálcio solubi lizado), maior adsorção de P pelo solo (dreno para o fósforo solubilizado) e mesmo a acidez dos solos mais argilosos são fatores que levam à maior dissolução desses fosfatos no solo, sem, contudo , levar a uma maior disponibilidade de fósforo para as plantas. Toda vez que uma dessas condições favorece a solubilização desses fosfatos, o solo é o favorecido, mas não a planta. O solo não é, portanto, uma entidade “confiável” na intermediação da solubilização do fósforo desses fosfatos para as plantas. O “favorecido” é o solo (enorme dreno para o fósforo solubilizado) e não a planta (com muito pequeno poder de dreno, comparativamente ao solo , particularmente para os mais argilosos, mais intemperizados e, portanto, mais oxídicos). Quando e sses mesmos comentários são feitos para as fontes “solúveis”, como o fosfato monocálcico , a planta é, ainda, muito mais desfavorecida comparativamente aos solos.
A idéia de fosfatagem corretiva com os fosfatos de menor reatividade, com o propósito de diminuir o poder de adsorção de P de solos, de modo a viabilizar maior eficiência de futuras aplicações de fontes “solúveis”, é , também inócua, uma vez que solos com grande poder de adsorção podem reter 5.000 kg/ha de P ou 11.500 kg/ha d e P 2O 5 (fixando em forma não-Lábil pelo menos a metade). Não serão 200 kg/ha de P 2O5 ou duas vezes isto , como tem sido utilizado na prática, que proporcionarão esse efeito esperado para a fosfatagem corretiva.
Roberto Ferreira de Novais P r o f e ss o r T i t u l ar , De p ar t ame nt o d e S o l o s – U F V