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ID
2314096
Banca
IFB
Órgão
IFB
Ano
2017
Provas
Disciplina
Literatura
Assuntos

Leia o poema e responda à questão.

SAUDADES DO ESCRAVO

Escravo – não, não morri
Nos ferros da escravidão;
Lá nos palmares vivi,
Tenho livre o coração!
Nas minhas carnes rasgadas,
Nas faces ensaguentadas
Sinto as torturas de cá;
Deste corpo desgraçado
Meu espírito soltado
  Não partiu – ficou-me lá!...
Naquelas quentes areias
Naquela terra de fogo,
Onde livre de cadeias
Eu corria em desafogo...
Lá nos confins do horizonte...
Lá nas alturas do céu...
De sobre a mata florida
Esta minh’alma perdida
Não veio – só parti eu.

A liberdade que eu tive
Por escravo não perdi-a;
Minh’alma que lá só vive
Tornou-me a face sombria,
O zunir do fero açoite
Por estas sombras da noite
Não chega, não, aos palmares!
Lá tenho terras e flores...
Nuvens e céus... os meus lares!

[...]

Escravo – não, ainda vivo,
Inda espero a morte ali;
Sou livre embora cativo,
Sou livre, inda não morri!
Meu coração bate ainda
Nesse bater que não finda;
Sou homem – Deus o dirá!
Deste corpo desgraçãdo
Meu espírito soltado 
Não partiu – ficou-me lá!
São Paulo, 1850.
(GAMA, Luiz. Primeiras trovas burlescas e outros poemas.
Edição preparada por Lígia Fonseca Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 162-164. Fragmento.)

Assinale a alternativa que NÃO corresponde às ideias sugeridas no poema:

Alternativas
Comentários
  •  

    gabarito E     

    O eu poético apresenta uma postura de resignação em relação à escravidão e se alimenta de lembranças e memórias dos tempos em que viveu livre.

  • RESIGNAÇÃO = ACEITAÇÃO. O EU LÍRICO NÃO ACEITAVA A ESCRAVIDÃO, ELE QUERIA SER LIVRE! ERREI POR NÃO SABER O SIGNIFICADO DE RESIGNAÇÃO.