- ID
- 2327779
- Banca
- Quadrix
- Órgão
- SEDF
- Ano
- 2017
- Provas
- Disciplina
- Educação Física
- Assuntos
Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio.
Mas existe um tipo de futebol ainda mais rudimentar que a
pelada. É o futebol de rua. Perto do futebol de rua qualquer
pelada é luxo e qualquer terreno baldio é o Maracanã em jogo
noturno. Futebol de rua é tão humilde que chama pelada de
senhora. Não sei se alguém, algum dia, por farra ou nostalgia,
botou num papel as regras do futebol de rua. Elas seriam mais
ou menos assim: DA BOLA – A bola pode ser qualquer coisa
remotamente esférica. Até uma bola de futebol serve. No
desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma pedra,
uma lata vazia ou a merendeira do seu irmão menor, que
sairá correndo para se queixar em casa. No caso de se usar
uma pedra, lata ou outro objeto contundente, recomenda-se
jogar de sapatos. De preferência os novos, do colégio. DA
FORMAÇÃO DOS TIMES – O número de jogadores em cada
equipe varia, de um a setenta para cada lado. Algumas
convenções devem ser respeitadas. Ruim vai para o gol.
Perneta joga na ponta, à esquerda ou à direita, dependendo
da perna que faltar. De óculos é meia-armador, para evitar os
choques. Gordo é beque. DO JUIZ – Não tem juiz.
Luis Fernando Veríssimo. Futebol de Rua (com adaptações).
O futebol está presente na cultura brasileira, como retrata o
trecho da crônica de Veríssimo. A partir das possibilidades do
tratamento pedagógico do conteúdo do futebol na escola e
da compreensão sociológica do futebol, julgue o item subsequente.
As regras do futebol são universais, por isso o texto indica
que não é necessário juiz na partida de futebol de rua.