alerta a física Maria Akutsu, mestre em engenharia e doutora em arquitetura, responsável técnica pelo Laboratório de Conforto Ambiental e Sustentabilidade dos Edifícios – Centro Tecnológico do Ambiente Construído do IPT.
O uso de isolantes térmicos tem que ser feito com certo cuidado, devendo ser considerado o clima da região em que está a obra e as características do edifício, como a definição quanto a ser climatizado ou não. “Um exemplo clássico é a casa sem ar condicionado e com alta inércia térmica – ideal para o clima de São Paulo -, feita com alvenaria de tijolo maciço e argamassa revestindo os dois lados, laje e telhado de barro. “Ao forrar a parede interna com um isolante térmico de 5 cm , que pode ser poliuretano expandido, lã de vidro ou lã de rocha, a inércia térmica da parede será anulada. Porque o calor produzido dentro da casa ou a radiação solar que entrou pela janela não serão absorvidos pela parede. Mas, com o emprego do isolante térmico do lado externo da parede, tem-se o aumento do isolamento térmico e a manutenção da inércia térmica”, explica a pesquisadora.
Segundo ela, em regiões de clima seco, o ideal é buscar uma alta inércia térmica para o edifício, pois as variações da temperatura ao longo do dia são maiores. Já no litoral, onde predomina o clima úmido e quente, as variações são menores, portanto, se deve trabalhar com baixa inércia térmica. “A alta inércia térmica de uma habitação será favorável tanto no inverno quanto no verão. Lá fora, a temperatura no verão pode variar de 20 ºC a 32 ºC – num dia bem típico de São Paulo. Como fazer para que a temperatura no interior da casa fique abaixo dos 32 ºC? Não será enchendo a casa de isolante térmico, mas, usando materiais que confiram alta inércia térmica à edificação”, diz.
Fonte: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/inercia-termica-a-chave-do-conforto_1499_10