Gabarito: Letra B.
De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis.Brasília-DF.2015
5.1.3. Métodos diagnósticos para corrimento vaginal
1. pH vaginal: normalmente é menor que 4,5,, sendo os Lactobacillus spp. predominantes na flora vaginal. Esse método utiliza fita de pH na parede lateral vaginal, comparando a cor resultante do contato do fluido vaginal com o padrão da fita.
Seguem os valores e as infecções correspondentes:
pH > ( MAIOR ) 4,5: vaginose bacteriana ou tricomoníase
pH < ( menor ) 4,5: candidíase vulvovaginal
O corrimento vaginal ocorre por múltiplos agentes etiológicos, que incluem:
• Vaginose bacteriana: decorrente do desequilíbrio da microbiota vaginal, sendo causada pelo crescimento excessivo de bactérias anaeróbias (Prevotella sp., G. vaginalis, Ureaplasma sp. e Mycoplasma sp.);
• Candidíase vulvovaginal: causada por Candida spp. (geralmente C. albicans e C. glabrata);
• Tricomoníase: causada por T. vaginalis.
A Tricomoníase é causada pelo T. vaginalis (protozoário flagelado), tendo como reservatório o colo uterino, a vagina e a uretra.
A prevalência varia entre 10% a 35%, conforme a população estudada e o método diagnóstico.
Os sinais e sintomas são:
• Corrimento abundante, amarelado ou amarelo esverdeado, bolhoso;
• Prurido e/ou irritação vulvar;
• Dor pélvica (ocasionalmente);
• Sintomas urinários (disúria, polaciúria);
• Hiperemia da mucosa (colpite difusa e/ou focal, com aspecto de framboesa).
O diagnóstico da tricomoníase é feito por meio da visualização dos protozoários móveis em material do ectocérvice, por exame bacterioscópico a fresco ou pela coloração de Gram, Giemsa, Papanicolaou, entre outras.
==> Na tricomoníase vaginal pode haver alterações morfológicas celulares, alterando a classe do exame citopatológico, o qual deve ser repetido três meses após o tratamento para avaliar a persistência das alterações.
- pH > 4,5: vaginose bacteriana ou tricomoníase
- pH < 4,5: candidíase vulvovaginal
==> Teste de Whiff (teste das aminas ou “do cheiro”): coloca-se uma gota de KOH (hidróxido de potássio) a 10% sobre o conteúdo vaginal depositado numa lâmina de vidro. Se houver “odor de peixe”, o teste é considerado positivo e sugestivo de vaginose bacteriana.
==> Vaginose Bacteriana: É caracterizada por um desequilíbrio da microbiota vaginal normal, com diminuição acentuada ou desaparecimento de lactobacilos acidófilos (Lactobacillus spp) e aumento de bactérias anaeróbias (Prevotella sp. e Mobiluncus sp.), G. vaginalis, Ureaplasma sp., Mycoplasma sp., e outros.
É a causa mais comum de corrimento vaginal, afetando cerca de 10% a 30% das gestantes e 10% das mulheres atendidas na atenção básica. Em alguns casos, pode ser assintomática.
Os sinais e sintomas incluem:
• Corrimento vaginal fétido, mais acentuado após a relação sexual sem o uso do preservativo, e durante o período menstrual;
• Corrimento vaginal branco-acinzentado, de aspecto fluido ou cremoso, algumas vezes bolhoso;
• Dor à relação sexual (pouco frequente).
NÃO é uma infecção de transmissão sexual, mas pode ser desencadeada pela relação sexual em mulheres predispostas (o contato com o esperma, que apresenta pH elevado, contribui para o desequilíbrio da microbiota vaginal). O uso de preservativo pode ter algum benefício nos casos recidivantes.
Fonte: Protocolo Clínico e Diretrizes - IST 2015