O único item incorreto é o item II.
II. A cocaína administrada pela via intranasal tem rápida velocidade de absorção pelas membranas das mucosas. – Na administração pela via intranasal, a velocidade de absorção pelas membranas das mucosas da cocaína ocorre de forma lenta e baixa. Os motivos do retardamento da absorção estão relacionados principalmente à baixa taxa de difusão pela mucosa nasofaríngea, devido às propriedades vasoconstrictoras da droga e à possibilidade de deglutição parcial da dose, onde a absorção é ainda menor em razão do metabolismo de primeira passagem sofrido pela droga. Aproximadamente 20 a 30% da cocaína administrada pela via intranasal é absorvida, com pico plasmático ocorrendo entre 30 e 60 minutos após o uso.
Os itens I e III estão corretos.
I. A merla, subproduto da cocaína, apresenta grave problema de uso devido às quantidades de impurezas presentes na primeira fase de obtenção da pasta. – A merla, forma que assim como o crack também é fumada, tem características de prevalências regionais. O grave problema do uso desta forma, além daqueles inerentes à cocaína, deve-se às quantidades de impurezas presentes na primeira fase de obtenção da pasta como querosene, gasolina e metais pesados.
III. A cocaína fumada na forma de crack tem a velocidade de absorção muito alta devido à área de exposição da superfície pulmonar. – A cocaína fumada na forma de crack tem uma velocidade de absorção muito alta devido à extensa área de exposição proporcionada pela superfície pulmonar, que é altamente vascularizada. Essa via de administração é equivalente à via intravenosa quando comparamos à rapidez dos efeitos farmacológicos. O início dos efeitos é imediato (alguns segundos), alcançando o máximo de intensidade em cerca de 5 minutos, com duração de aproximadamente 30 minutos. A observação desse fenômeno é de extrema importância, uma vez que, o uso da cocaína nessa forma pode levar à dependência em um período muito curto de uso da droga.
FONTE: Marcos Passagli, Toxicologia Forense, 4ª edição.