Uma pergunta dessas para seleção de um profissional papiloscopista talvez reflita uma postura sensivelmente esguia de uma instituição que não pretende selecionar pessoas para o mero desempenho do cargo, mas pretende, também, colocar pessoas que sejam dotados de alto senso crítico. O estudo desses temas leva a crer que o candidato assuma uma postura crítica. Desconheço o motivo, porém arrisco deduzir que o Estado do Mato Grosso queira colocar em seus quadros pessoas de elevado nível intelectual, mesmo que essa exacerbada intelectualidade não venha a interferir potencialmente no desempenho do cargo.
Mas de nada adiante lamentar. Se as regras do jogo são essas, então, não há como chegar lá sem enfrentá-las.
O texto apresentado à reflexão é subscrito por Petruccini, porém se reporta à ideia de Estado concebida por Thomas Hobbes em seu livro O Leviatã. Em linhas gerais, Hobbes vivia em um período crítico do século XVII no qual seu país passava por uma profunda crise política travada entre a nobreza e o surgimento da elite burguesa. O poder político na época, que era arraigado na religião, governava por meio de normas reputadas por Hobbes como irracionais, pois aquela cultura religiosa adotava posturas excessivamente dogmáticas. A evolução das tecnologias e o crescente aumento de pessoas que se enriqueciam fora dos modelos anteriores entravam em conflito com o sistema secular adotado pela coroa religiosa.
Visando propor um fim para os conflitos, Hobbes sugere que a sociedade em geral necessitava de um contrato social, no qual as pessoas renunciavam parte de suas liberdades individuais para entregá-las a um abstrato ser soberano (uma pessoa ou uma assembleia) e, a partir daí, todos os conflitos seriam dirimidos por ele, evitando o uso da força direta uns contra os outros.
Logo, para responder esta questão, bastava o conhecimento das teorias de Hobbes para acertar. Aos nobres estudantes que pretendem conhecê-lo, mas não dispõem de tempo para ler as suas obras, recomendo uma dar uma visualizada no vídeo extremamente didático do Prof. André Pinho, no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=-lhNC3Pvfn4
Boa sorte a todos nós!
A questão em comento demanda análise
de cada uma das assertivas à luz da discussão inerente ao Contrato Social.
A assertiva I está correta.
Com efeito, em regra, o Estado de
Natureza é a alegoria de um Estado pré político e o Estado Civil, a civilização,
é o Estado organizado, político.
A assertiva II também está
correta.
De fato, para Thomas Hobbes, o
Estado de Natureza é a guerra de todos contra todos, a anomia, a total ausência
de segurança e paz.
A assertiva III está incorreta.
Ao contrário do exposto, segundo
Locke, a propriedade é central na construção de Contrato Social.
A assertiva IV está incorreta.
Em instante algum Rousseau
constrói a ideia de Contrato Social fazendo o homem abdicar da liberdade.
Logo, são corretas as assertivas
I e II.
LETRA A- INCORRETA. Não constitui
a sequência correta.
LETRA B- INCORRETA. Não constitui
a sequência correta.
LETRA C- INCORRETA. Não constitui
a sequência correta.
LETRA D- CORRETA. Com efeito, são
corretas as assertivas I e II.
GABARITO DO PROFESSOR: LETRA D