ID 2472412 Banca VUNESP Órgão TJ-SP Ano 2017 Provas VUNESP - 2017 - TJ-SP - Psicólogo Judiciário Disciplina Psicologia Assuntos Psicologia Social Ao analisar as questões relacionadas à adolescência na contemporaneidade, Isabel da Silva Kahn Marin (2002) constata que, na atualidade, Alternativas os bens materiais valorizados pelo grupo social assumiram a função dos rituais de passagem tradicionais da adolescência. o adulto realiza, nas ações do adolescente, os próprios anseios narcísicos que sua posição pessoal não permite. o peso da dívida dos adolescentes com as gerações anteriores tem sido exagerado, alimentando sua motivação para a rebelião. a liberdade proporcionada ao jovem pelos pais da contemporaneidade favorece o desenvolvimento da autonomia. não se observa uma oposição que valorize e enfrente o desafio colocado pelo adolescente para ser reconhecido. Responder Comentários A questão solicita conhecimento sobre o artigo de Isabel Marin, de 2002, intitulado: Violência e transgressão: interrogando a adolescência¹O artigo teve como objetivo discutir “como a compreensão do processo de subjetivação do adolescente traz elementos preciosos para a problematização da transgressão e da violência que, por sua vez, são condição para a constituição subjetiva, bem como fatores de transformação ou manutenção da ordem social."ERRADADe acordo com a autora, há falta de alternativas para a sociedade contemporânea apresentar organização de rituais de passagem para o período da adolescência que sejam culturalmente aceitos.ERRADAA autora retrata: “ Estabelece-se assim uma situação paradoxal: de um lado, os adultos poderiam, com essas conquistas, sentir-se menos ameaçados, deixando mais espaço para o jovem buscar suas referências e diminuindo o jogo de hostilidade entre eles; de outro, se deixam os jovens sozinhos para fazerem “o que quiserem" para cumprirem o ideal social de beleza e felicidade, esses adultos lançam os jovens ao desamparo frente à violência das pulsões da puberdade porque estão eles próprios adultos comprometidos com seu narcisismo" (pg 104)ERRADAA autora debate a respeito do quanto nossa sociedade possui modos de funcionamento excludentes para o livre “vir a ser" da adolescência. O adolescente busca continuamente seu senso de identidade, identificação social, parceiros sexuais e a busca do eterno princípio do prazer, porém a sociedade é repressora com suas questões de reconhecimento em um mundo tão julgador. Isso tudo pode favorecer a violência e rebelião dos adolescentes.ERRADAAinda de acordo com a autora: “O que se tem visto são adultos que não conseguem se fazer presentes e fazer frente à tentativa de destruição, sendo assim, a rigor, um suporte da violência juvenil, por negar sua própria violência, já que sustentam sua potência imaginária numa figura amável e condescendente. No entanto, conhecemos bem o que sustenta o poder – a violência" (pg 105)CERTA“Soma-se a isso a falta de alternativas que a sociedade contemporânea apresenta no sentido de organizar rituais de iniciação e de exercício de poder, culturalmente aceitos. Existem poucas oportunidades de organização social para o enfrentamento da tempestade da puberdade. Carecem os anteparos que façam frente a essa energia, uma oposição que valorize e enfrente o desafio colocado pelo adolescente que luta para ser reconhecido. Os pais, na realidade, fogem da dialética “ou eu/ou o outro" ao evocarem o mote do “você é quem sabe de sua vida" sob pretexto de não querer frustrar ou violentar a individualidade do filho." (pg 104)Gabarito da Professora: Letra E.Fonte: ¹Marin, I.S.K (2002). Violência e transgressão: interrogando a adolescência. Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., VI, 3, 94-109 (disponível on-line)