síndrome de Guillain-Barré (SGB) refere-se à desmielinização inflamatória
autoimune (celular e humoral) dos nervos periféricos. Um evento antecedente
(mais frequentemente uma infecção viral que ocorre 1 a 3 semanas antes do surgimento
dos sintomas) desencadeia as manifestações clínicas na maioria dos casos.
A síndrome de Guillain-Barré resulta em desmielinização segmentar rápida e
aguda dos nervos periféricos e de alguns nervos cranianos, produzindo fraqueza
ascendente com discinesia (incapacidade de executar movimentos voluntários), hiporreflexia
e parestesias (dormência). Com o ataque autoimune, observa-se um influxo
de macrófagos e outros agentes imunomediados, que atacam a mielina e
causam inflamação e destruição, interrupção da condução nervosa e perda axônica.
Manifestações clínicas
• As manifestações clínicas clássicas da SGB consistem em arreflexia e fraqueza
ascendente; são observadas variações na apresentação da síndrome. A SGB não
afeta a função cognitiva e o nível de consciência
• Os sintomas iniciais consistem em fraqueza muscular e diminuição dos reflexos
dos membros inferiores; a hiporreflexia e a fraqueza podem progredir para a tetraplegia;
a desmielinização dos nervos que inervam o diafragma e os músculos
intercostais resultam em insuficiência respiratória neuromuscular
• Os sintomas sensoriais incluem parestesias das mãos e dos pés e dor relacionada
com a desmielinização das fibras sensitivas
• A desmielinização do nervo óptico pode levar à cegueira
• A fraqueza muscular bulbar relacionada com a desmielinização dos nervos glossofaríngeo
e vago resulta em incapacidade de deglutir ou de eliminar as
secreções
• A desmielinização do nervo vago provoca disfunção autônoma, que se manifesta
por instabilidade do sistema cardiovascular (taquicardia, bradicardia,
hipertensão arterial ou hipotensão ortostática).
Brunner & Suddarth (2016)