A ONMB foi conceituada em 2007 pela American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons (AAOMS) como sendo caracterizada por uma área de exposição óssea na maxila ou na mandíbula que não se repara em oito semanas e acomete pacientes que estejam recebendo ou que receberam BF sistemicamente e não sofreram irradiação no complexo maxilomandibular.
A boca é colonizada por um grande número de bactérias, e os ossos maxilares frequentemente estão envolvidos em processos sépticos de origem periodontal ou pulpar.9 Quando ocorre um acúmulo de BF capaz de diminuir o metabolismo ósseo, a reparação tecidual após um trauma, induzido ou fisiológico, não ocorre adequadamente, levando à exposição de uma área de osso necrótico ao meio bucal.8 Portanto, a hipótese que melhor explica o desenvolvimento da ONMB seria uma alteração do turnover ósseo associada às características particulares dos ossos dos maxilares, como revestimento mucoso, risco frequente de infecção e potencial constante de trauma.8,13 Alguns autores discutem o aparecimento da ONMB e a infecção por Actinomyces e descrevem muitos casos que associam necrose óssea e osteomielite provocada pelo microrganismo.14 Alguns fatores predisponentes para o desenvolvimento de ONMB são citados na literatura, incluindo tipo, via de administração e tempo de uso do BF, administração concomitante de outros fármacos (principalmente corticosteroides, quimioterápicos e estrógeno),12,15 bem como a realização de procedimentos cruentos intrabucais