Rogers passa a falar de um processo de valoração pautado na experiência organísmica, onde ele trata os valores como uma "tendência de todo ser vivo para mostrar preferência, em suas ações, por um tipo de objeto ou objetivo, em vez de outro" (p. 15); a isso ele denomina valor operativo. Para Rogers, o psicólogo deve trabalhar somente com este tipo de valores, vinculados à própria experiência, e evitar, ao máximo, a "utilização" de valores concebidos. Esta última classe de valores diz respeito àqueles que foram aprendidos e "introjetados" e que são, em sua maioria, alheios à experiência. Ao expressar este tipo de valores, o psicólogo parte de um referencial outro que não o do cliente ou o da experiência da relação para direcionar a sua atuação, quando, na verdade, ao psicólogo rogeriano, caberia possibilitar ao cliente uma vivência de valorização apoiada na própria experiência.
Segundo Rogers (1957/1992, 1961/2009) uma reorganização da personalidade em congruência com o organismo ocorre em um ambiente de calor humano, pautado em atitudes de autenticidade, de empatia e de consideração positiva incondicional. Tais atitudes são a base do processo psicoterápico proposto por Rogers, tendo ele se referido a elas como componentes suficientes e fundamentais (Rogers, 1957/1992), que pode ser caracterizado como um processo de aprendizagens significativas de tais atitudes, as quais estão imbuídas de valores, que serão melhor tratados na sessão seguinte.
Para ROGERS (1997), um viver pleno consiste num processo humano de busca do vir-a-ser em sua máxima potencialidade, não sendo considerado como uma proposta de um destino ou de um equilíbrio homeostático. A atuação da Psicologia Humanista nos grupos organizacionais estabelecerá um processo grupal que promoverá 1) Uma Abertura Crescente à Experiência (quando as pessoas se disponibilizam a experimentar, compreender e compartilhar o que sentem), 2) Aumento da Vivência Existencial (que implica em fluidez e plasticidade no permitir-se vivenciar cada coisa no momento em que ela ocorre, disfrutando desta experiência tudo que ela puder lhe prover), 3) Uma Confiança Crescente no Seu Organismo (nesta etapa do processo as pessoas sentem-se mais confiantes naquilo que são e naquilo que podem ser usufruindo de seus dons e suas potencialidades com maior segurança e assertividades) e 4) O Processo de um Funcionamento Mais Pleno (enfim, o grupo possibilita para as pessoas a conscientização através da experiência de que é possivel um viver mais pleno a partir da aceitação de todos seus sentimentos sendo capaz de filtrar sua própria experiência, estando livre e aberto ao seu processo e aos demais testemunhos de outros processos diferentes do seu).
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