O problema da baixa frequência dos diagnósticos categóricos e alta frequência das comorbidades gerou uma divisão dentro da psiquiatria e as críticas se acumularam; era necessário dimensionar, “pesar” o diagnóstico para chegar a um diagnóstico mais preciso.
Foi esse debate que pressionou a quinta revisão que finalmente apareceu em 2013. A abordagem do grupo que organizou o DSM-5 se manteve ateórica, mas passou a considerar que parte dos complexos sintomáticos compartilhavam fatores de risco entre si e podiam ser colocados numa categoria única, denominada espectro, que agrupavam diferentes síndromes discerníveis por meio de pontuações em escalas específicas. Com isso, acreditou-se que esse modelo dimensional se adaptaria melhor aos dados genéticos e fisiológicos que vinham se acumulando (Brown e Barlow, 2005; Krueger et al., 2005). O DSM-5 pretendeu assim revolucionar a psiquiatria, mas seu sucesso foi modesto.
Entretanto, o diagnóstico dimensional não é um consenso entre os psiquiatras que, como médicos, não estão acostumados a diagnosticar com auxílio de escalas e métodos estatísticos, sendo condicionados ao método clínico, em que os diagnósticos sindrômico e diferencial são de natureza qualitativa e intuitiva. Também a ideia de espectro já estava prefigurada em Kraepelin e Bleuler, ao estabelecerem diferenças nas formas de demência precoce (esquizofrenia) e da doença maníaco-depressiva.
Os critérios para o diagnóstico dimensional do DSM-5 foram reconfigurados e o conceito de espectro voltou a ser valorizado (Esbec e Echeburúa, 2011), criando-se o espectro autista, o espectro obsessivo, o espectro bipolar.