A versão Friedman-Phelps da curva de Phillips, conhecida também por Curva de Phillips Aceleracionista, acrescenta à avaliação original a análise das expectativas. Utilizando o método das expectativas adaptativas, ela indica que, para que se mantenha a taxa de desemprego a níveis inferiores ao da taxa de desemprego natural, o que importa não é a taxa de inflação, mas, sim, sua variação, necessitando-se, assim, de taxas de inflação cada vez maiores para manter as taxas de desemprego abaixo da taxa natural.
Fala pessoal! Tudo beleza com vocês?
Professor Jetro Coutinho na área,
para comentar esta questão sobre expectativas racionais na curva de Phillips.
A curva de Phillips é uma curva que demonstra a
relação entre inflação e desemprego. No curto prazo, a curva é
negativamente inclinada, indicando que há um trade-off (relação inversa)
entre inflação e desemprego. Ou seja, quanto maior a inflação, menor o
desemprego e vice-versa.
No longo prazo, a Curva de Phillips é
vertical, o que indica que estamos no pleno emprego (produto efetivo =
produto potencial) e que não há mais trade-off entre inflação e
desemprego (taxa de desemprego = taxa natural de desemprego).
No caso desta questão, ela trata sobre a segunda versão da Curva de Phillips, a chamada versão aceleracionista.
Esta versão foi elaborada por Milton Friedman e Phelps e acrescenta a inflação esperada (nE) na relação entre inflação e desemprego. Segundo a versão aceleracionista da Curva de Philips, a relação entre inflação e desemprego é dada por:
n = nE - B(u-un)
Onde N é a inflação, Ne é a inflação esperada, B é a sensibilidade da inflação à taxa de desemprego, U é a taxa de desemprego esperada e Un é a taxa natural de desemprego. Ou seja, já relação entre as taxas de inflação e as taxas de desemprego.
A introdução da inflação esperada no modelo leva às expectativas adaptativas, segundo a qual as pessoas olham para o passado para projetar expectativas de inflação futuras.
Assim, como a inflação do passado já está dada (não há como mudar a inflação do passado), os formuladores de política monetária precisavam se concentrar na inflação corrente, fazendo com que esta seja diferente da inflação passada.
No entanto, essa nova forma de enxergar a Curva de Phillips não alterou a sua relação essencial: trade-off entre inflação e desemprego. Quanto maior a inflação corrente, menor desemprego teremos.
Gabarito do Professor: CERTO.