Questão sobre terminologia
básica em custos.
Quando tratamos da terminologia
em custos industriais, estamos
falando de conceitos básicos, mas muito importantes para entendermos melhor a
Contabilidade de Custos como um todo. Apesar de serem palavras com o sentido
parecido, utilizadas no dia a dia com o mesmo significado, são termos técnicos com semânticas
totalmente distintas.
Vamos começar revisando aqueles
mais importantes conforme Martins¹, que
é o autor mais utilizado nas provas de Custos:
a) Gasto — Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera
sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse
representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).
Exemplos: Gasto com
mão-de-obra, com aquisição de mercadorias para revenda, com energia elétrica,
com aluguel, etc.
b) Desembolso — Pagamento
resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após
a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do momento do gasto.
c) Investimento — Gasto ativado
em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s).
Exemplos: Aquisição de móveis
e utensílios, imóveis, Marcas e Patentes, Matéria-Prima, Material de Escritório,
etc.
d) Custo — Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.
Exemplos: Matéria-Prima
utilizada no processo produtivo, Combustíveis e Lubrificantes usados nas
máquinas da fábrica, Aluguéis e Seguros do prédio da fábrica, etc.
e) Despesa — Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a
obtenção de receitas.
Exemplos: Salários e encargos
sociais do pessoal de vendas; Salários e encargos sociais do pessoal do
escritório de administração Energia elétrica consumida no escritório; etc.
f) Perda — Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária.
Exemplos: perdas com
incêndios, obsoletismo de estoques, etc.
Feita a revisão sobre a terminologia básica, precisamos revisar
uma importante classificação de custos: fixos
e variáveis.
Atenção!
Os custos podem ser classificados em dois tipos básicos em função de mudanças
no nível de produção ou atividade da empresa. Conforme Martins, dentre as classificações usuais
que utilizamos para classificar os custos, essa é uma das mais importantes,
pois levamos em consideração a relação entre o valor total de um custo e o volume de atividade numa unidade de tempo.
Por exemplo, o valor total de consumo
dos materiais diretos por mês depende diretamente do volume de produção. Quanto maior
a quantidade fabricada, maior seu
consumo. Dentro, portanto, de uma unidade de tempo (mês, nesse caso), o valor
do custo com tais materiais varia de acordo com o volume de produção. Por isso, materiais diretos são chamados custos
variáveis.
De outro lado, o aluguel da
fábrica em certo mês é de determinado valor, independentemente de aumentos ou diminuições naquele mês do volume elaborado de produtos. Por isso,
classificamos o aluguel da fábrica como um custo fixo.
Agora já temos condições de analisar
cada uma das alternativas:
A) Errada, aquisição de máquina é um investimento. A depreciação dessa máquina será classificada como custo
futuramente.
B) Certa, o seguro mensal onde funciona a gráfica (produção) é um
custo fixo. Perceba que o seguro não aumenta ou diminui em função do nível de
produção da empresa.
C) Errada, o lote deteriorado é uma perda, pois foi decorrente de uma enchente, um evento anormal e
involuntário.
D) Errada, a matéria-prima consumida é um custo variável. Quanto maior a produção, maior a necessidade de
matéria-prima.
E) Errada, a comissão paga ao vendedor é uma despesa. É um sacrifício em prol da obtenção de receita, não tem
relação com a produção do produto/serviço.
Fonte:
¹ MARTINS, Eliseu, 1945
Contabilidade de custos / Martins, Eliseu. - 9ª ed. - São Paulo: Atlas, 2003.
pág. 17.
Gabarito do Professor: Letra B.