A síndrome clínica da doença veno-oclusiva hepática (DVO) é caracterizada por hepatomegalia dolorosa, excesso de volume caracterizado principalmente por ascite, aumento de peso e icterícia, também é denominada de síndrome da obstrução sinusoidal hepática.
DVO é uma complicação relativamente precoce do transplante de células hematopoiéticas ocorrendo em geral nas primeiras três semanas do transplante. O diagnóstico clínico baseia-se na tríade clássica de ganho de peso, hepatomegalia dolorosa e icterícia. O ganho de peso se inicia com 3 a 6 dias após o transplante, com uma média de aumento de 11 k de peso corporal, as próximas anormalidades a aparecer costumam ser alterações de exames hepáticos.
PREVENÇÃO:
Dada a escassez de terapias eficazes, prevenção da DVO fatal é uma prioridade. Deve-se considerar que a maior parte dos fatores de risco para a ocorrência da DVO não é modificável , mas algumas condutas podem ter benefício como:
-Minimizar a exposição a agentes hepatotóxicos;
-Quelação de ferro em pacientes com sobrecarga de ferro;
-Considerar regimes de profilaxias (regimes com tacrolimues, sirolimues e metotrexate podem ser muito hepatotóxicos);
-Alguns autores recomendam uso de ácido ursodesoxicólico até 12 mg/Kg ao dia divididos em duas doses por três meses após o transplante (existem evidências particularmente para pacientes com regime de condicionamento com ciclofosfamida e bussulfan).
TRATAMENTO:
O tratamento de suporte visa minimizar a exposição a hepatotoxinas potenciais e evitar nefrotoxinas (por exemplo, aminoglicosídeos) como antibióticos). Outras medidas de suporte incluem limitar a ingesta de sódio e, se necessário induzir diurese para evitar a retenção de líquidos. Os pacientes podem evoluir com dor, assim analgesia deve ser realizada sempre que necessário. Em pacientes com ascite tensa a paracentese é indicada para descartar peritonite bacteriana espontânea, ou se houver comprometimento da função respiratória, e em geral se recomenda a retirada de menos de 1 litro por procedimento; e correção de coagulopatia deve ser realizada se sangramentos ocorrerem, mas a correção profilática da coagulopatia é controversa, pois se perde os parâmetros da deterioração hepática.
FONTE: medicinanet