Em O Segredo da Pirâmide, Adelmo Genro Filho trata em muitos momentos das três dimensões apontadas na Opção D. Extraio o trecho da pág. 140:
A notícia jornalística reproduz o fenômeno enquanto tal, resguardando sua aparência e forma singular, ao mesmo tempo que insinua a essência no próprio corpo da singularidade, enquanto particularidade delineada em maior ou menor grau e universalidade virtual.
PS: As bancas estão começando a inserir Adelmo Genro Filho nas questões. Nada mais justo.
Ver: Q890018
Gabarito: D
Uma notícia ética dentro da Teoria Dialética de Genro, (1987) é aquela que consegue equilibrar os três eixos da percepção na hora da construção de um produto jornalístico, são eles: a singularidade, que é o fato percebido no momento pelo jornalista, sem tirar nenhuma característica e que constrói o lead – o quê, quando, onde, como e porquê; a particularidade que é a visão de mundo do jornalista, pois com a particularidade ele vai fazer um recorte dentro da singularidade e transformar o fato em notícia e a universalidade que é a construção final da notícia, o contato do jornalista com o público e como ele vai fazer isso, para que o leitor entenda o que o jornalista produziu. A universalidade é a forma de compreensão tanto do jornalista como do leitor, como ele vai interpretar a notícia.
Fonte: http://www.portalintercom.org.br/anais/centrooeste2016/resumos/R51-0727-1.pdf
O SEGREDO DA PIRÂMIDE
Para uma teoria marxista do jornalismo
Adelmo Genro Filho
Enfoque teórico, situado na perspectiva da dialética marxista, está alicerçado nas categorias do "singular", "particular" e "universal" - noções de larga tradição no pensamento filosófico, especialmente na filosofia clássica alemã - que atingiram sua plena riqueza de determinações lógicas no pensamento de Hegel, apesar de inseridas dentro de seu sistema idealista. Sob a inspiração da estética de Lukács, que definiu a arte como uma forma de conhecimento cristalizada no "particular" (típico), o jornalismo é caracterizado como uma forma de conhecimento centrada no "singular". Uma forma de conhecimento que surge, objetivamente, com base na indústria moderna, mas se torna indispensável ao aprofundamento da relação entre o indivíduo e o gênero humano nas condições da sociedade futura. Assim, a proposta de um "jornalismo informativo", ideologicamente antiburguês, transforma-se numa possibilidade política efetiva.
Para abordar o jornalismo como modalidade de conhecimento, são utilizadas três categorias de larga tradição no pensamento filosófico desde a Antigüidade e, em especial, na filosofia clássica alemã: o singular, o particular e o universal. Elas foram aplicadas por Lukács, com relativo êxito, na formulação de uma estética marxista. Nossa intenção é aplicá-las para a constituição de uma teoria do jornalismo.
"Os jornais, em suma, não têm saída: são veículos de ideologias práticas, mesquinharias. Mas têm saída: há neles indícios da realidade e rudimentos de filosofia prática, crítica militante, grandeza submetida, porém insubmissa". Orações imponentes de um jornalista talentoso. Talvez o lead de uma nova abordagem.