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ID
2709868
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
EBSERH
Ano
2018
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

A respeito de epidemiologia no contexto da obstetrícia, julgue o item que se segue.


O citomegalovírus, um vírus da família dos herpes-vírus, possui soroprevalência superior a 30%.

Alternativas
Comentários
  • Verdadeiro!!!

  •  O CMV é um DNA vírus da família dos herpes, agente da infecção congênita mais comum em todo o mundo, além de ser o mais frequente agente causal de lesões cerebrais neonatais. Estima-se que um em cada 150 nascidos vivos seja infectado pelo CMV na América do Norte e, no Brasil, apesar da escassez de dados em escala nacional, estudos locais mostram que a incidência de infecção congênita pelo CMV é de 1,08% em uma população com 95% de soropositividade. A soroprevalência é extremamente elevada, variando de 60 a 80% nas camadas sociais mais baixas da população e, no Brasil, chega a 95%. O risco de soroconversão (ou infecção primária) durante a gravidez é de 1 a 3% e de recorrência ou reativação é de 20 a 30%, uma vez que, por se tratar de um herpesvírus, as infecções latentes são relativamente comuns. Alguns fatores de risco para soropositividade são etnia não caucasiana, baixo nível socioeconômico, multiparidade, adolescência e início recente de atividade sexual(1,2).

    A transmissão se dá por fluidos corporais contaminados (urina, fezes, lágrima, secreções respiratórias, leite), atividade sexual e pela via vertical (transplacentária e amamentação), assim devemos(1,2):

    a) Reforçar hábitos de higiene: lavagem das mãos após contato com pessoas, independentemente de apresentarem ou não a doença. Atenção especial deve ser dada as crianças, pois frequentemente elas são infectadas pelo CMV e podem excretar prolongadamente grandes quantidades virais na urina, na saliva e nas fezes. Mesmo que a criança seja filha da gestante, existe a possibilidade de ela ter se infectado no contato com outra criança. Devem-se tomar cuidados durante a troca de fraldas, beijos que levem ao contato com saliva etc.

    b) Evitar aglomerações: o contato pessoa a pessoa facilita a contaminação por meio de secreções.

    c) Hábitos sexuais: reduzir o número de parceiros sexuais, usar preservativo de barreira (“camisinha” feminina ou masculina) durante todas as relações sexuais.

    d) Mesmo que seja com familiares ou filhos menores, não compartilhar objetos de uso pessoal: seringas, agulhas, talheres, escovas de dente, materiais cortantes ou potencialmente cortantes (ex.: alicates de unha, instrumentos para colocação de piercings ou tatuagens etc.).

    Por fim, vale lembrar que a realização de cesarianas não demonstrou benefícios na prevenção da infecção primária (Grau D) e que se a mãe adquirir infecção ao longo da amamentação está indicada a suspensão do aleitamento (3).

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