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ID
2736310
Banca
IF-PE
Órgão
IF-PE
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Leia o TEXTO 16 para responder à questão.


TEXTO 16


O Recife foi alçado à condição de vila após mais de uma década de tensões políticas entre comerciantes reinóis, desejosos de aceder ao poder local, e senhores de engenho da terra, ciosos de seus espaços de representação. A criação da nova vila por ordem régia de 19 de novembro de 1709, longe de resolver a questão, atiçou o conflito que se desdobrou em uma pequena guerra civil conhecida ao tempo como as “calamidades de Pernambuco” e, a partir do século XIX, como a “guerra dos mascates”. Apesar da resistência feroz da nobreza da terra, acabou prevalecendo o grupo de homens de negócio reinóis e a municipalidade recifense consolidou-se como órgão de poder local, superando a congênere quinhentista de Olinda.


SOUZA, George. Saciar para manter a ordem e o bem público: a Câmara Municipal do Recife e o problema do abastecimento da vila (século XVIII). Locus, Juiz de Fora/MG, v. 38, p. 103-120, 2014. p. 114. Disponível em: <https://locus.ufjf.emnuvens.com.br/locus/article/viewFile/2849/2168>. Acesso em: 15 maio 2018 (adaptado).


A narração do episódio ocorrido na Capitania de Pernambuco, contida no TEXTO 16, aborda, CORRETAMENTE,

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: B

    OS SENHORES DE ENGENHO DE OLINDA PRECISAVAM DOS COMERCIANTES DO RECIFE E VICE E VERSA.

  • A “Guerra dos Mascates” foi um confronto armado ocorrido na Capitania de Pernambuco, entre os anos de 1709 e 1714, envolvendo os grandes senhores de engenho de Olinda e os comerciantes portugueses do Recife, pejorativamente denominados como “mascates”, devido sua profissão.

    A Guerra dos Mascates deve ser vista como um conflito pelo poder político local, sem qualquer reivindicação social. Na realidade, foi uma disputa entre Olinda, que detinha o poder político, e Recife, detentora do poder econômico, pela supremacia na Capitania de Pernambuco.

    De fato, era evidente a ascendência do comércio em relação à produção colonial, posto que a atividade comercial enriquecia os portugueses, dando-lhes o controle de todo comércio na região, às custas do empobrecimento de latifundiários de Olinda, os quais contraíram dívidas para manter sua produção.

    Contudo, a queda internacional nos preços do açúcar impossibilitava os senhores de engenho de honrar aquelas dívidas. Por sua vez, a Coroa vendia o direito de cobrança destes débitos aos arrematadores de Recife (os “mascates” portugueses), que lucravam com os juros dos devedores de Olinda.

    Para agravar a situação, os senhores de engenho não aceitavam a emancipação político-administrativa do Recife, posto que era uma grande fonte de arrecadação de impostos de Olinda.

    Por outro lado, este conflito teve como consequência a emancipação política de Recife, que também é elevada à categoria de capital de Pernambuco, demonstrando explicitamente o favorecimento da Coroa aos comerciantes portugueses na colônia. Assim, para apaziguar a situação, os envolvidos foram anistiados e foi determinado que o capitão-mor deveria ficar seis meses em cada comarca.

    não foi uma revolta popular;

    portugal favoreceu os comerciantes portugueses

    porém anistiou todo mundo

    contexto histórico

    A partir de 1654, quando teve início a expulsão dos holandeses, os senhores de engenho ficaram sem capitais para investimento e, para piorar, os mesmos batavos que foram expulsos, passaram a produzir açúcar nas Antilhas, concorrendo com o açúcar brasileiro e provocando uma queda nos preços do produto no mercado internacional.

    Assim, enquanto Olinda declinava e sofria com as consequências das guerras que expulsaram os holandeses, Recife enriqueceu e se tornou um importante centro comercial, em função de seu porto, considerado um dos melhores da colônia.

    Em 1703, os comerciantes de Recife conseguiram o direito de representação na Câmara de Olinda, mas, somente em 1709 é que solicitam à Coroa portuguesa que o povoado se tornasse vila, o que foi concedido. Naquele mesmo ano, os moradores de Recife estabeleceram o Pelourinho e o prédio da Câmara Municipal, tornando-se oficialmente autônomos em relação à Olinda.

    em 1710 olinda ataca recife acusando-a de não respeitar as fronteiras, no ano seguinte recife contra-ataca e novamente portugal intervém tornando recife a sede de Pernambuco em 1712.

    CFO2022