Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), a iniciativa das reformas no meio rural deslocou-se da presidência para o Congresso, onde o PTB, liderado por Ferrari, procurou sem êxito obter aprovação de uma série de projetos relativos à introdução da legislação trabalhista e previdenciária no campo. No curto mandato do presidente Jânio Quadros (janeiro a agosto de 1961), a situação não evoluiu de modo significativo.
Sob a presidência de João Goulart (1961-1964), contudo, o Executivo retomou a tarefa de promover a transformação social no campo brasileiro. Buscando o apoio dos sindicatos e das camadas populares, Goulart concebeu um amplo programa de reformas estruturais — as chamadas reformas de base —, no qual se destacava a reforma agrária. Paralelamente, aumentavam as pressões dos camponeses no sentido de que se procedesse a uma revisão da estrutura fundiária do país e se promulgassem leis promovendo uma melhoria efetiva em suas condições de vida. No Congresso, graças ao expressivo aumento da bancada petebista registrado nas eleições legislativas de 1962, a oposição às reformas diminuiu. Diante desse novo quadro, o presidente encaminhou ao Parlamento um projeto de lei de autoria de Fernando Ferrari que, depois de receber algumas emendas, veio a transformar-se na Lei nº 4.214, o Estatuto do Trabalhador Rural. (Fonte: Site www.fgv.br - Estatuto do Trabalhador Rural por Sérgio Lamarão/Leonilde Servolo de Medeiros).