Conforme a Carta de Veneza (37) a restauração é um procedimento de “caráter excepcional” e tem o objetivo de “conservar e revelar os valores estéticos e históricos” bem como a sua materialidade, por isso a necessidade de ser cauteloso na busca por documentos fidedignos para conseguir o resultado desejado neste tipo de atividade. Entretanto, em alguns casos se fazem necessárias alterações destes aspectos, por “razões estéticas ou técnicas” a modo que a solução arquitetônica proposta para resolver esses problemas devem ser utilizadas a favor da “obra e não em detrimento dela”, devendo assim “ostentar a marca do nosso tempo”, mas compatíveis com a obra, deixando evidente a diferença entre a alteração e o original.
Também é tratada nesse método a importância da preservação e manutenção dos monumentos para que não seja necessária a restauração, pois por mais restrita que seja, é um ato cirúrgico.
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.189/5946
Gab: ERRADO
Encontrei esse texto na Carta de Veneza, caso ajude.
O restauro crítico elabora uma releitura das propostas filiadas ao “restauro filológico”, de Boito e Giovannoni, consolidadas nas cartas dos anos 1930. No restauro filológico, era dada grande atenção aos aspectos documentais das obras e às marcas de sua passagem ao longo do tempo, respeitando as várias fases; o intuito não era, de modo algum, voltar a um suposto ESTADO ORIGINAL. Se houvesse necessidade de inserir novos elementos, deveriam ser diferenciados da obra como estratificada, para não induzir o observador ao engano de confundir a intervenção com a obra (em alguma de suas etapas). Daí a denominação “restauro filológico”,
Desse modo, restaurar não é voltar ao estado primitivo ou a um estado anterior qualquer; se forem necessários acréscimos, devem inserir-se de modo a mostrar ser uma intervenção da época em que foram feitos, não se confundindo com o texto existente da obra.
- Portanto, o gabarito é errado justamente por dizer que o restauro crítico ou filológico enfatiza/ realça os aspectos do documento, quando, na verdade, ele poderá inserir novas intervenções, desde que deixe claro essa etapa. Assim entendi.
FONTE: Conservação e Restauração - Notas Sobre a Carta de Veneza. pág. 294.
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