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ID
2790688
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Até 1880, em cerca de 80% do seu território, a África era governada por seus próprios reis, rainhas, chefes de clãs e de linhagens, em impérios, reinos, comunidades e unidades políticas de porte e natureza variados. No entanto, nos trinta anos seguintes, assistiu-se a uma transmutação extraordinária, para não dizer radical, dessa situação. Em 1914, com exceção da Etiópia e da Libéria, a África inteira estava submetida à dominação de potências europeias e dividida em colônias de dimensões diversas, mas de modo geral, muito mais extensas do que as formações políticas preexistentes e, muitas vezes, com pouca ou nenhuma relação com elas.

Albert Adu Boahen. A África diante do desafio colonial. In: História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 (editado por Albert Adu Boahen), 2.ª ed. rev. Brasília: UNESCO, 2010, p. 3 (com adaptações)

Tendo o texto anterior como referência inicial, julgue (C ou E) o item que se segue.


O longo processo de descolonização da África e da Ásia foi fortemente influenciado pelo princípio de autodeterminação dos povos, contido na Carta de Criação da Organização das Nações Unidas (ONU). Em observância à determinação dessa instituição, seus países-membros efetivaram planos de desenvolvimento de autonomia de suas colônias, o que fez da guerra uma exceção na conquista da independência pelos povos colonizados.

Alternativas
Comentários
  • errado "fez da guerra uma exceção na conquista da independência pelos povos colonizados.'

  • ERRADO. Houve muitas guerras.

    "Ao lado do nacionalismo árabe, tanto em sua versão nasserista quanto argelina, o pan-africanismo e a negritude serviram de catalisadores às vanguardas e elites africanas na luta pela independência. (...) O processo de descolonização, no tocante ao conjunto do Terceiro Mundo, seguiu quatro caminhos básicos:

    a) um acordo da metrópole com a elite local para uma independência gradativa (África Tropical);

    b) a exploração de divergências internas como forma de controlar o processo (como na Índia e no Paquistão);

    c) luta fracassada contra guerrilha revolucionária (guerra franco-vietnamita e argelina); e

    d) apoio à facção conservadora durante guerra civil (Filipinas, Vietnã do Sul, Coreia do Sul e China).

    No que diz respeito à África Negra, as potências coloniais se anteciparam ao amadurecimento do protesto independentista e puderam controlar em linhas gerais o movimento de descolonização nos parâmetros do primeiro caso.(...) Em 1960, o 'ano africano', a maioria dos países do continente tornou-se independente da França e da Grã-Bretanha, dentro da linha pacífica, gradual e controlada. Camarões, Congo-Brazaville, Gabão, Tchad, República Centro-Africana, Togo, Costa do Marfim, Daomé (atual Benin), Alto Volta (atual Burkina-Faso), Niger, Nigéria, Senegal, Mali, Madagascar, Somália, Mauritânia e Congo-Leopoldville (atual Zaire). Entre 1961 e 1966 foi a vez de Serra Leoa, Tanzânia, Uganda, Ruanda, Burundi, Quênia, Gâmbia, Botswana e Lesoto. Todos os novos Estados localizavam-se na zona tropical africana, e neles era limitado o número de colonos europeus, o que facilitou a transferência do controle formal dos diversos países à burguesia e à classe média negra".

    Fonte: Paulo G. Visentini e Analucia Danilevicz, Manual do Candidato de História Mundial, FUNAG, 2012 (p. 208-209).

    Atenção: o Zaire atualmente é chamado de República Democrática do Congo

  • O que é importante saber sobre o papel do Brasil no tema da descolonização da África? (Questão discursiva já cobrada em 3 fase)

    • A diplomacia brasileira participou, de maneira ativa, das discussões em foros multilaterais de comércio, bem como em instâncias políticas que assegurassem o princípio da autodeterminação dos povos.
    • O Brasil ingressou no Conselho de Tutela da ONU, que era o órgão responsável pelo tema da descolonização e passou a apoiar os processos de independência afro-asiáticas, especialmente após a formulação da PEI, durante o governo de Jânio Quadros.
    • O Brasil foi o primeiro país a reconhecer o governo do MPLA, em Angola.
    • O país precisava de apoio afro-asiáticos em temas multilaterais, especialmente aqueles relacionados ao comércio internacional.

    Fonte: Guia de Estudos publicado pelo Instituto Rio Branco.

  • Houve guerra sim! Houve conflitos armados e movimentos de guerrilha. Esse fato faz da alternativa ERRADA!

  • wishfull thinking