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ID
2802088
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Polícia Federal
Ano
2018
Provas
Disciplina
Medicina Legal
Assuntos

 Dois motoristas, Pedro e José, foram levados à central de flagrantes da polícia civil após terem sido parados em uma blitz no trânsito. Segundo a polícia civil, Pedro, de trinta e dois anos de idade, foi submetido ao teste do bafômetro, durante a blitz, e o resultado mostrou 0,68 miligramas de álcool por litro de ar expelido. Ele pagou fiança e deverá responder em liberdade por crime de trânsito. Conforme os policiais, José, de vinte e dois anos de idade, se recusou a submeter-se ao teste do bafômetro, mas o médico legista do Instituto Médico Legal (IML) que o examinou comprovou alteração da capacidade psicomotora em razão do consumo de substância psicoativa que determina dependência. José também pagou fiança para ser liberado.


Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir. 


Os exames clínicos que podem ter sido utilizados pelo médico legista para a comprovação do consumo de substância psicoativa por José incluem a loquacidade, o equilíbrio e a coordenação motora.

Alternativas
Comentários
  • gab certo

    .

    loquacidade é característica de um sujeito loquaz

    - loquaz

    adjetivo de dois gêneros

    1. que fala muito, que demonstra prazer em falar; verboso, falador. 2. POR EXTENSÃO que fala com eloquência, com facilidade; facundo, magníloquo.


  • "A perícia médico-legal, no campo das toxicofilias, é de indiscutível magnitude. Vai desde a pesquisa e a identificação da substância tóxica, quantidade consumida, até o estudo biopsicológico para caracterizar o estado de dependência. Não se pode também omitir, nesse exame, o estudo da personalidade do examinado. E, sobre isso, afirmam Hilário Veiga de Carvalho e Marco Segre: “Este exame deveria ser fundamental em todo seu contorno, pois os aspectos comportamentais têm, no exame da personalidade, a sua base e a sua fonte, de melhor compreensão de toda conduta do toxicômano. Acreditamos que um exame desta natureza deveria ser de rotina habitual, sem exceções, desde que é a partir de seu conhecimento que uma compreensão mais válida se pode alcançar de todo o complexo fenômeno da toxicomania” (in Tóxicos, Bauru: Editora Jalovi Ltda., 1978)".FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal, Editora Guanabara Koogan, 10ª edição, 2015, p. 868

    GABARITO DO PROFESSOR: CORRETO

  • "A perícia médico-legal, no campo das toxicofilias, é de indiscutível magnitude. Vai desde a pesquisa e a identificação da substância tóxica, quantidade consumida, até o estudo biopsicológico para caracterizar o estado de dependência. Não se pode também omitir, nesse exame, o estudo da personalidade do examinado. E, sobre isso, afirmam Hilário Veiga de Carvalho e Marco Segre: “Este exame deveria ser fundamental em todo seu contorno, pois os aspectos comportamentais têm, no exame da personalidade, a sua base e a sua fonte, de melhor compreensão de toda conduta do toxicômano. Acreditamos que um exame desta natureza deveria ser de rotina habitual, sem exceções, desde que é a partir de seu conhecimento que uma compreensão mais válida se pode alcançar de todo o complexo fenômeno da toxicomania” (in Tóxicos, Bauru: Editora Jalovi Ltda., 1978)".FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal, Editora Guanabara Koogan, 10ª edição, 2015, p. 868

    GABARITO DO PROFESSOR: CORRETO

  • Ao exame físico verificar sinais que possam estabelecer o consumo de álcool recente como: hiperemia conjuntival, hálito etílico, fala pastosa ou enrolada, rubor facial, marcha ebriosa, eructações, sonolência, letargia, lesões externas compatíveis com agressão física ou acidentes (principalmente em membros inferiores que são compatíveis com queda).

    Observar ainda se o humor e afeto são compatíveis com a situação em que o periciando se encontra.

    Avaliar a postura e a presença de arrogância, ironia, irritação, agressividade, sentimentalismo e choro. Especial atenção aos diâmetros pupilares nas vítimas de TCE (anisocoria).

    Realizar os testes de equilíbrio estático (Prova de Romberg, “One-leg stand - OLS” ou “Teste do quatro”) e de equilíbrio dinâmico (Teste do andar em linha reta tocando o calcanhar na ponta do pé com os olhos abertos e também com os olhos fechados ou o teste de “Walkand-turn – WT” realizado da mesma forma, porém com o retorno ao final de 9 passos girando sobre apenas um pé). Periciandos vítimas de acidente de trânsito com trauma em membros podem ter certa dificuldade na realização destes testes devido à dor nas articulações atingidas.

    Verificar a presença de disdiadococinesia pedindo que o periciando realize movimentos repetitivos e alternados. Realizar o teste do índex-naso. O teste de empilhar moedas é útil para avaliar a coordenação motora fina. Pode-se pedir para que o periciando escreva algo ou assine seu nome observando o jeito que escreve, a presença de letra tortuosa e sentenças não lineares, comparando a escrita com algum documento do mesmo.

    Avaliar o pensamento que é externado pelo discurso: se é linear, coerente, se tem interrupções. Observar a orientação no tempo e no espaço e a memória: perguntar data e hora aproximadas, local em que se encontra, onde mora, nomes de governantes, se lembra dos atos cometidos recentemente e comparar com a história passada pelos agentes de segurança pública que o conduzem. Com relação à memória recente pode-se pedir que o periciando decore uma sequência simples de números no início do exame e pedir que ele repita ao fim do mesmo. 

    Fonte: PERÍCIA DE EMBRIAGUEZ, Gustavo Rodrigues.

  • Gab. C

    O exame clínico consiste na observação de miose ou de midríase, de taquisfigmia ou de bradisfigmia, de hipotensão arterial, temperatura, hálito alcoólico, congestão da face e dos olhos, sialorreia, vômitos cheirando a vinagre, sonolência, atitude de excitação, confusão, depressão, tagarelice, arrogância; orientação no tempo e no espaço; memória; articulação de palavras; pesquisa da sensibilidade térmica e dolorosa; realização de testes, objetivando coordenação motora, ou visando à marcha e ao equilíbrio (sinal de Romberg).

    Fonte. Estratégia.

  • As três formas clássicas de se provar a embriaguez ao volante são: o EXAME DE SANGUE, o EXAME CLÍNICO e o BAFÔMETRO.

    EXAME CLÍNICO - objetiva distinguir o alcoolista do doente ou do indivíduo em tratamento. Consiste na observação de miose ou da midríase, de taquisfigmia ou de bradisfigmia, de hipotensão arterial, temperatura, hálito alcoólico, congestão da face e dos olhos, sialorréia, vômitos cheirando a vinagre, soluços, que por si só pode ser seriamente enganador, sonolência, coma; atitude de excitação, confusão, depressão, LOQUACIDADE, arrogância; orientação no tempo e no espaço; memória; articulação de palavras em cuja composição entra muitas labiais, como paralelepípedos, fósforos, terceiro regimento de artilharia, politécnico da escola politécnica, anticonstitucionalmente; pesquisa da sensibilidade térmica e dolorosa; realização de testes, objetivando COORDENAÇÃO MOTORA, como apanhar um pequeno objeto, dar corda num relógio, ou visando à marcha e ao EQUILÍBRIO, além de buscar diligentemente sinais ou sintomas outros de doença ou traumatismo capazes de aparentar embriaguez.

    BAFÔMETRO - utiliza o ar expirado que, num pequeno balão de borracha contendo ácido sulfúrico e permanganato de potássio, oxida o álcool, se existente nos pulmões, da reação álcool- bióxido de carbono resultando o descoramento do permanganato de potássio. Só poderá ser realizado com a autorização daquele que puder consenti-lo, em virtude do princípio de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo.

    ~> Pelo princípio da não auto-incriminação (segundo o qual ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo), o exame do bafômetro e o de sangue só podem ser realizados com autorização daquele que puder consenti-lo. Assim, pelo princípio da presunção de inocência, não se pode constranger o acusado a submeter-se a intervenções corporais como testes alcoométricos e exames de DNA, nem de sua recusa inferir a veracidade do fato. Para evitar a impunidade, a saída seria a otimização dos meios para a realização do EXAME CLÍNICO, cuja elaboração independe, em regra, da colaboração do motorista.

    (CONJUR, Marcelo Jansen de Mello)

  • Só eu estou gostando mais dos comentários dos colegas do que dos dessa professora?! tá legal não, viu?! Avante!
  • Sendo o álcool uma droga depressora, o exame clínico observará sinais condizentes com os efeitos típicos dessas drogas.

    Drogas depressoras ou psicoléticas: diminuem a atividade cerebral (respostas funcionais e reflexas) → o SNC trabalha mais lento. Reações: lentidão, sonolência, apatia, falta de coordenação motora, dificuldade de concentração, perda de memória. Podem atuar sobre o estado de vigília (inclui os hipnóticos) ou sobre o humor (inclui os neurolépticos e os tranquilizantes). Fonte: Carlos Palhares.