"Como aludimos em conferência realizada no 14º CBAS,1 um dos principais desafios profissionais do Serviço Social no século XXI é garantir que os avanços teórico-políticos e acadêmicos do Serviço Social brasileiro, gestados desde a década de 1980, mantenham uma relação de unidade com a prática e a formação profissional (o que se distingue radicalmente da ideia de identidade e/ou de aplicabilidade).
Defendida pelo coletivo profissional, essa é uma tarefa a ser encampada por todos. Contudo, ao examinar o desenvolvimento desse processo com mais acuidade, percebemos que vários são os fatores que a tensionam: de um lado, as diretrizes, os valores, os fundamentos e requerimentos teóricos e políticos expressos no projeto ético-político profissional; de outro, os determinantes técnico-institucionais e da divisão sociotécnica do trabalho que mediatizam a produção e a reprodução social. Defronta-se a cultura profissional, marcadamente crítica e de esquerda, com as contradições e dinâmicas econômico-políticas e institucionais próprias da sociedade do capital"
Fonte: Espaços ocupacionais e dimensões políticas da prática do assistente social - Ana Elizabete Mota