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a) o forro acústico é uma estratégia eficiente para controle do tempo de reverberação sonora, que, em situações de aula, deve, idealmente, situar-se abaixo de 0,6s.
A reverberação é o fenômeno da permanência do som no ambiente após cessar sua emissão pela fonte, devido às diversas reflexões do som. O tempo de reverberação corresponde ao tempo necessário para que haja queda de 60dB do som após ele ser emitido. O tempo ótimo de reverberação é essa redução calculada para cada ambiente, na qual os fatores importantes são o volume do espaço e o nível de absorção sonora. Ora, se o som reflete menos, mais rápido ele se extinguirá, portanto, o forro acústico é uma solução para redução do tempo de reverberação. A tabela de tempo ótimo de reverberação (NBR 12179) tem escala de tempo variando de 0 a 2,4 s e quanto maior o volume do espaço, maior o tempo ótimo. Como uma sala de aula é um espaço pequeno em relação aos auditórios, salas de concerto, acredito que 0,6 segundos seja um valor coerente.
b) a inteligibilidade da fala, representada pelo índice STI, tem relação com os níveis de ruído de fundo do ambiente e da fala do interlocutor, que devem ser superiores a 1,0, para possibilitar o bom aproveitamento em sala de aula.
De acordo com essa tese de mestrado (https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/60075/1/000141999.pdf), o índice STI, usado sim para mensurar a inteligibilidade da fala, varia de 0 a 1, sendo 0 nulo e 1 ótima. Logo, não há que se falar de superiores a 1.
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c) para isolar acusticamente os ambientes, é recomendada a aplicação de materiais de índice STC superior a 45 para salas de aula adjacentes e superior a 50 entre salas e corredores.
STC, de acordo com a mesma tese, é usado mesmo para medir o isolamento proporcionado por dado material, ele é expresso em dB's, então quanto maior for o índice, mais isolante será material, porque o decaimento em dB será maior. Acredito que o erro esteja em dizer que o isolamento deve ser maior entre o corredor e a sala, do que entre as salas adjacentes, já que as maiores fontes de ruído em instituições de ensino são as próprias salas de aula.
d) o projeto de um auditório deve prever teto com até 6 ou 7m de altura, paredes laterais não-paralelas e parede de fundo côncava, de maneira a controlar a reverberação.
Aumentando o pé direito, aumenta-se o volume, isso acarreta um piora no tempo de reverberação, por isso auditórios normalmente possuem forros variados, para reduzir a altura. Paredes paralelas muito próximas podem gerar eco palpitante, por isso pode ser que seja melhor que elas não sejam paralelas mesmo, porém a parede côncava no fundo pode gerar eco por concentrar reflexões do som em um ponto concentrado, melhor optar por uma parede de fundo convexa ou com material absorvedor a depender do tamanho do auditório e de sua forma.
São essas as minhas considerações, quem quiser contribuir, retificar, é muito bem vindo!
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Complementando o que a Corbusiana explicou:
Superfícies côncavas também podem causar o efeito de eco, uma vez que promovem a concentração de reflexões num mesmo ponto. Por esse motivo, quando projetadas para um ambiente, estas devem ser devidamente analisadas para que não se tornem prejudiciais à função acústica do espaço. Normalmente, desde que a área de recepção sonora esteja afastada da região de focalização dos raios, o eco não é percebido. Desde que nem a fonte nem o receptor estejam dentro da projeção do círculo que contém a superfície côncava, a reflexão dessa superfície é acusticamente aceitável e pode agir como dispersora do som.
Bê-á-bá da acústica arquitetônica”: (Souza, Almeida, & Bragança, 2016)
Auditórios para palavra falada devem ter paredes não paralelas (formato trapezoidal), já os auditórios para música é melhor que tenham as paredes paralelas e formato retangular (shoe box).
@cabide.concurseira
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Complementando as colegas,
Entre salas de aula adjacentes ST 50
Entre salas de aula e o exterior ST 50
Entre salas de aula e corredores ST 45
Entre salas de aula e salas de música ST 60
Entre salas de aula e banheiros ST 53
(http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/823.pdf)