- ID
- 2838442
- Banca
- Colégio Pedro II
- Órgão
- Colégio Pedro II
- Ano
- 2018
- Provas
- Disciplina
- Geografia
- Assuntos
Em livro recente, Gomes (2017) examina o que considera uma das mais importantes proposições
de Humboldt, a Naturgemälde, termo que pode ser traduzido como “pintura da natureza”. Trata-se
de uma imagem presente em sua primeira grande publicação, que segundo Gomes era muito mais
que uma mera ilustração de algo explicado no texto:
Trata-se do perfil de montanhas. Ao lado, no ápice da elevação, está
indicado Chimborazo [...] que era considerada a montanha mais alta do
mundo. À direita, no cume com um cone vulcânico emitindo fumaça, há a
indicação do Cotopaxi. [...] No espaço do céu são indicadas
comparativamente as altitudes de outras montanhas, situadas na Europa e
na Ásia [...]. O desenho da montanha, do lado esquerdo, apresenta aspectos
visíveis em seu conjunto, a densa e verdejante vegetação das áreas mais
baixas, a gradativa diminuição de volume e do aspecto verde, logo depois
as rochas nuas e, acima delas, as neves. [...] Dos dois lados do desenho,
ocupando duas largas faixas nas extremidades, estão dispostas colunas [...].
Cada uma contém informações sobre diferentes aspectos que variam
segundo a altitude. [...] Os dados nas colunas podem ser lidos de três
formas: no sentido vertical [...], no sentido horizontal [...], e a terceira,
relacionando os dados expostos nas colunas com as espécies vegetais
anotadas sobre o desenho e correlacionando-os ao aspecto visível que nos
é dado pela figuração da montanha no desenho.
GOMES, Paulo César da Costa. Quadros geográficos: uma forma de ver,
uma forma de pensar. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017, p.37-38.
Após aprofundar a análise da imagem, Gomes afirma que, na prática e de maneira muito própria,
Humboldt teria construído com a Naturgemälde um sistema original de informações geográficas.
Tal comparação se torna possível se considerarmos que os Sistemas de Informações Geográficas
(SIG), assim como a Naturgemälde,