TEORIA CONSTRUCIONISTA
A premissa é de que a imprensa não reflete a realidade como um espelho, mas sim ajuda a construí-la. O processo de construção da notícia é complexo e leva em consideração diversos critérios, como noticiabilidade, valores-notícia, constrangimentos organizacionais, audiência, rotinas de produção, entre outros.
Para a teoria construcionista, a atividade jornalística é interativa, dependendo tanto das rotinas produtivas e das escolhas dos jornalistas como também de demandas sociais, econômicas, culturais e históricas, entre outras. Os teóricos Schudson e Shoemaker & Reese propuseram seis tipos de ações que interagem no processo de construção das notícias: pessoal, social, ideológica, cultural, meio físico e histórica.
Ao rejeitar completamente a teoria do espelho, os construcionistas não afirmaram que as notícias fossem ficcionais. Para eles, o jornalismo encontra seu referencial na realidade, apresentando-a em uma grade fragmentada e particular, ou seja, os acontecimentos a serem transformados em notícia oferecem um ponto de partida para que sejam construídos enquadramentos (frames) midiáticos. Esse processo sugere, portanto, diferentes visões do que “realmente aconteceu”.