ID 2929183 Banca VUNESP Órgão UNIFESP Ano 2018 Provas VUNESP - 2018 - UNIFESP - Vestibular Disciplina Literatura Assuntos Escolas Literárias Modernismo A verve social da poesia de João Cabral de Melo Neto mostra-se mais evidente nos versos: Alternativas A cana cortada é uma foice. Cortada num ângulo agudo, ganha o gume afiado da foice que a corta em foice, um dar-se mútuo. Menino, o gume de uma cana cortou-me ao quase de cegar-me, e uma cicatriz, que não guardo, soube dentro de mim guardar-se. Formas primitivas fecham os olhos escafandros ocultam luzes frias; invisíveis na superfície pálpebras não batem. Friorentos corremos ao sol gelado de teu país de mina onde guardas o alimento a química o enxofre da noite. No espaço jornal a sombra come a laranja, a laranja se atira no rio, não é um rio, é o mar que transborda de meu olho. No espaço jornal nascendo do relógio vejo mãos, não palavras, sonho alta noite a mulher tenho a mulher e o peixe. Os sonhos cobrem-se de pó. Um último esforço de concentração morre no meu peito de homem enforcado. Tenho no meu quarto manequins corcundas onde me reproduzo e me contemplo em silêncio. O mar soprava sinos os sinos secavam as flores as flores eram cabeças de santos. Minha memória cheia de palavras meus pensamentos procurando fantasmas meus pesadelos atrasados de muitas noites. Responder Comentários ver·ve (francês verve)substantivo feminino1. Imaginação viva.2. Vivacidade ao escrever, falar ou conversar. "verve", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, [consultado em 31-05-2019]. Letra A.é a unica que tem uma critica social sobre um menino que trabalha cortando cana e deixa uma cicatriz interna no escritor.