A região litorânea corresponde ao compartimento do lago que está em contato direto com o ecossistema terrestre adjacente, sendo, portanto. influenciado diretamente por ele. Pode-se considerar este compartimento uma região de transição (ecótono) entre o ecossistema terrestre e o lacustre. Por esta razão, trata-se de um compartimento com grande número de nichos ecológicos e cadeias alimentares, tanto de herbivoria na qual a fonte de energia é a biomassa vegetal viva, como de detrito que tem como fonte de energia a biomassa morta. Pode-se considerar esta última como a principal responsável pelo fluxo de energia neste compartimento, no qual participam inúmeros invertebrados aquáticos. Dentre estes, destacam-se várias espécies de oligoquetas, moluscos, crustáceos e insetos. Estes últimos desempenham papel mais relevante na cadeia de detritos quando na fase larvar.
A região litorânea apresenta todos os níveis tróficos de um ecossistema: produtores primários, consumidores e decompositores. Assim, esta região pode ser considerada como um compartimento “autônomo” dentro do ecossistema aquático. Neste compartimento a colonização por macroalgas, briófitos, pteridófitos e plantas superiores (macrófitas aquáticas) é a sua principal característica (ver Cap. 20). A base desta cadeia, os detritos, tem sua origem principalmente da biomassa morta de macrófitas aquáticas. Em alguns lagos, folhas provenientes das adjacências, especialmente da vegetação circundante, podem desempenhar importante papel na formação de detritos na região litorânea
FONTE: AULA ROBERTH FAGUNDES - UFOP