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ID
2935450
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
PC-ES
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O conceito de normalidade é de difícil definição e grande controvérsia. Do mesmo modo, é importante, por exemplo, para o estabelecimento de políticas assistenciais. Um modo possível de definição é o estabelecimento de critérios. Qual, dentre os seguintes critérios, NÃO pode ser classificado como um critério de definição de normalidade?

Alternativas
Comentários
  • A conceituação de normalidade ou anormalidade estabelece-se através de opções conceituais filosóficas, ideológicas e pragmáticas do profissional, cuja formação intelectual interferirá na sua conceituação ou na sua definição daquilo que se estabelece como normal. Entretanto, utilizam-se, academicamente, critérios de normalidade em Psicopatologia, a saber, critérios que definem a pessoa como normal ou anormal, uma opção de normalidade ou anormalidade, assim definidos: (DALGALARRONDO, 2000, p.25-27):

    1-     Normalidade como ausência de doença,

    2-     Normalidade ideal,

    3-     Normalidade estatística,

    4-      Normalidade como bem-estar,

    5-      Normalidade funcional,

    6-      Normalidade como processo,

    7-      Normalidade subjetiva,

    8-      Normalidade como liberdade,

    9-      Normalidade operacional.

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  • Há pelo menos nove conceitos de normalidade, que traduzem a dificuldade de diagnóstico e de tratamento, são eles: 

    1. Normalidade como ausência de doença: o primeiro critério que se utiliza é de saúde como "ausência de sintomas, de sinais ou de doenças". Neste sentido, normal é o indivíduo não portador de um transtorno mental definido. Este critério se apresenta falho e precário, pois, baseia-se em uma "definição negativa", ou seja, a normalidade e definida por aquilo que ela não é, pelo que lhe falta. 
     
    2.Normalidade ideal: Neste caso, a normalidade se configura como uma "utopia", onde se constitui e referencia-se pela sociedade, uma norma social ideal, que determina o que e "sadio e mais evoluído." Este critério utilizado, e baseado em critérios socioculturais e ideológicos arbitrários e a normalidade e medida na adaptação do indivíduo às normas morais e políticas de determinada sociedade. 

    3. Normalidade estatística: a normalidade estatística identifica norma e frequência e se aplica especialmente a fenômenos quantitativos, com determinada distribuição estatística na população geral - como peso, altura, tensão arterial, horas de sono etc. O normal passa a ser aquilo que se configura com maior frequência. Os indivíduos que se situam estatisticamente fora da curva de normalidade passam a ser considerados anormais ou doentes. Este é um critério muitas vezes falho em saúde geral e mental, pois nem tudo o que é frequente é necessariamente saudável, assim como nem tudo o que é raro ou infrequente é patológico. 
     
    4. Normalidade como bem-estar: Em 1958, a OMS - Organização Mundial de Saúde - definiu a saúde como o "completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente como ausência de doença". Pela sua amplitude, imprecisão e dificuldade de se definir o que seja bem estar, este conceito tem sido criticado, Além disso, o completo bem-estar físico, mental e social é tão utópico, que poucas pessoas se encaixariam na categoria "saudáveis". 
     
    5. Normalidade funcional: este conceito se baseia nos aspectos funcionais e não quantitativos. Assim, um fenômeno é considerado como patológico quando é disfuncional, ou seja quando provoca sofrimento para o próprio indivíduo ou para o grupo social. Este conceito relativista o conceito de normalidade.

    6. Normalidade como processo: nesse caso, os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das desestruturações e reestruturações pelas quais o individuo passa ao longo do tempo, de crises, de mudanças próprias a determinadas faixas etárias, são consideradas. Este conceito é útil para se entender e tratar as disfunções que podem ocorrer na criança, no adolescente e no idoso. 

    7. Normalidade subjetiva: neste conceito se da ênfase à percepção subjetiva do próprio indivíduo em relação ao seu estado de saúde, à suas próprias vivências subjetivas. Este critério também e falho, pois muitos indivíduos que se sentem bem, saudáveis e felizes, podem apresentar, de fato, um transtorno mental grave. 

    8. Normalidade como liberdade: alguns autores de orientação fenomenológica e existencial conceituam doença mental como perda da liberdade existencial, assim, a saúde mental permitiria ao individuo transitar, com graus distintos de liberdade, sobre o mundo e sobre o próprio destino. Neste sentido, a doença mental é vista como constrangimento do ser, ou seja, como cerceamento das possibilidades existenciais. 

    9. Normalidade operacional: é um critério, com finalidades pragmáticas explícitas. A priori define-se o que é normal e patológico e depois busca-se trabalhar operacionalmente com tais conceitos, aceitando-se as consequências de tal redução prévia. Pela ausência de conceitos, este e um critério assumidamente arbitrário. 
     

    GABARITO: C
  • Gabarito: C.

    Normalidade como excelência.