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Porém, de forma genérica a questão está correta, vejamos:
Segundo o manual Inspeção Sanitária em Abastecimento de Água, do Ministério da Saúde, o cloro é usado na fase da desinfecção, caracterizada da seguinte maneira:
"Destruição ou inativação de microrganismos pela aplicação de um agente desinfetante. Os mais empregados são os oxidantes químicos como cloro, dióxido de cloro e ozônio, e a radiação ultravioleta.
(...)
A inativação dos microrganismos ocorre pela ação de certa dose de cloro por determinado tempo de contato. Normalmente, em ordem crescente de resistência à desinfecção, apresentam-se as bactérias, os vírus, os protozoários e os helmintos (praticamente imunes).
A eficiência da cloração, de longe o processo mais freqüentemente empregado, é reduzida em pH elevado. Por isso, a correção final de pH deve ser realizada após a desinfecção."
Como podemos ver pela descrição acima, a afirmação da questão está correta ao falar que o cloro tem elevada eficiência em bactérias e vírus. Segundo o manual, estes agentes são os menos resistentes à ação do cloro na desinfecção.
Gabarito: CERTO.
Para solucionar essa questão precisamos colocar em prática nossos
conhecimentos sobre saneamento, especificamente sobre o processo de
desinfecção da água.
Segundo o art. 24 da portaria de consolidação nº 5/2017 do Ministério da
Saúde, “toda água para consumo humano, fornecida coletivamente, deverá passar
por processo de desinfecção ou cloração". Esse processo é a última
etapa da Estação de Tratamento de Água (ETA) e seu objetivo principal é
eliminar agentes patogênicos (e.g., vírus, bactérias) da água que será
distribuída para consumo. A portaria determina ainda as condições a serem
observadas, como concentração e tempo mínimo de contato, para o uso de cloro,
ozônio ou radiação ultravioleta como agentes desinfetantes.
A escolha do processo de desinfecção depende das características da água
a ser tratada. O uso de agentes oxidantes em águas com compostos oxidáveis,
como a matéria orgânica, resulta em maior consumo de agente desinfetante para
inativação dos microrganismos patogênicos. Influenciam na eficiência do
processo a temperatura, o pH e a agitação da água, assim como o tempo de
contato entre ela e o agente desinfetante.
No Brasil, a desinfecção por
cloro é a mais comum nas ETAs. O cloro é um forte agente oxidante de fácil
aplicação, baixo custo e que garante eficiência na faixa de pH usualmente
encontrada na água de abastecimento (entre 5 e 10). Além disso, nessa faixa de
pH o cloro deixa um residual de ácido hipocloroso (HOCl) e o íon hipoclorito
(OCl) na água, chamado de cloro residual livre, que garante a segurança
da água para consumo na rede de abastecimento.
Na presença de microrganismos patogênicos mais resistentes, como oocistos de Cryptosporidium, o cloro não
apresenta elevada eficiência (como sugere a assertiva) quando aplicado na
concentração segura para consumo. Apesar disso, a assertiva está correta,
considerando a eficiência da cloração para as características microbiológicas
da água na maior parte das ETAs brasileiras.
Gabarito do professor: Certo.