Para Almeida-Filho e Coutinho (2007), o conceito de risco pode se apresentar como perigo latente ou
oculto, no caso do discurso do senso comum; como risco individual no caso do discurso da clínica; como
risco populacional no âmbito da epidemiologia e como risco estrutural nos campos da saúde ambiental
e ocupacional. As três primeiras apresentações do conceito podem ser resumidas da seguinte maneira:
a) no discurso do senso comum, risco equivale a perigo ou ameaça à saúde ou à vida e tende a ser
entendido como experiência pessoal e social;
b) a clínica utiliza o conceito de risco pressupondo que os indivíduos manifestam a média dos atributos de uma dada população, o risco passando a ser um objeto de diagnóstico em si;
c) no âmbito da epidemiologia, risco é um conceito operacional fundamental, com uma definição essencialmente técnica, na qual a dimensão da probabilidade é privilegiada; o risco situa-se para além do sujeito, no âmbito dos coletivos humanos