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ID
3021607
Banca
IF-SP
Órgão
IF-SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Na História do futuro, livro milenarista ex-cogitado nos matos do Maranhão, o Padre Antônio Vieira dá o seu palpite sobre o assunto. Sem se embaraçar no paradoxo – porquanto para ele e seu século nada havia de paradoxal na aliança entre negreiros e missionários – Vieira define os fundamentos da reconquista de Luanda. “O Brasil vive e se sustenta de Angola, podendo-se com muita razão dizer que o Brasil tem o corpo na América e a alma na África”.

(ALENCASTRO, L. F. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 232).

O paradoxo mencionado pelo autor está relacionado:

Alternativas
Comentários
  • A Igreja Católica era associada às monarquias ibéricas desde a formação de Portugal e Espanha como Estados unificados. O processo de centralização de poder nestes países esteve fundamentalmente ligado à luta de Reconquista, um movimento de caráter cruzadista para expulsão dos muçulmanos da península.
    O cruzadismo, criado, difundido e estimulado pela Igreja Católica foi o elemento de união entre os vários pequenos estados em prol da unificação liderada por Castela na Espanha e, pelo Condado Portucalense para a formação de Portugal.
    Assim, a Igreja tem papel fundamental na exploração e colonização ibérica na América. Muito do trabalho burocrático era feito por elementos do clero, que dominavam a leitura e a escrita. Coube à ordem jesuíta a catequização e controle dos nativos. Eram próximos às autoridades, tanto portuguesas quanto espanholas, nas áreas coloniais. 
    Por conseguinte, a preocupação do autor no que se refere a posições da Igreja Católica no período colonial procede. Ela foi um dos pilares da dominação. A questão propõe essencialmente uma interpretação de texto. Portanto, a leitura atenta é necessária!
    A) INCORRETA- Em primeiro lugar não se pode falar em algo como “território nacional" no século XVII. E, a preocupação do autor não se refere à origem da mão de obra mas à forma de trabalho.
    B) CORRETA – A Igreja Católica tinha posições opostas em relação à escravização de nativos e de africanos. Os nativos eram “almas puras “que poderiam “ser salvas" pela catequização. Acerca dos africanos negros inclusive havia a dúvida se eram “providos de alma". Salvo raras exceções, os membros do clero que vieram para a América do Sul, incluso Brasil, não contestavam a escravização dos africanos. 
    C) INCORRETA- Não há pressões internas para a mudança de forma de trabalho até o século XIX e, ao tratar do Padre Antônio Vieira, o autor não está se referindo ao século XIX e sim ao século XVII. 
    D) INCORRETA- O autor não está preocupado com a questão de colonização diversa em territórios africanos e Brasil. Aliás, coloca as duas regiões em uma relação de igualdade. 
    RESPOSTA: B
  • Oi, tudo bem?

    Gabarito: B

    Bons estudos!

    -Se você não está disposto a arriscar, esteja disposto a uma vida comum. – Jim Rohn

  • A contradição citada é a respeito da defesa da "liberdade indígena" para catequização contra a preferencia da igreja da mão de obra escrava (pois também obtinham lucros desse trafico)