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ID
3024598
Banca
IDECAN
Órgão
IF-PB
Ano
2019
Provas
Disciplina
História
Assuntos

“Para além de uma rejeição ou negação dos valores de civilização e progresso que se tentava materializar na cidade do Rio de Janeiro, a Revolta da Vacina, na sua dimensão popular, trazia em seu bojo a defesa e a afirmação de uma outra lógica de interpretação do mundo.”

AQUINO e MITTELMAN, Tania. A revolta da vacina. Vacinando contra a varíola e contra o povo. Rio de Janeiro: Ed. Ciência Moderna, 2003.


Entre as crenças que geraram desconfiança e aversão à obrigatoriedade da vacinação imposta pelas autoridades cariocas e que resultaram na Revolta da Vacina, encontramos as tradições culturais das populações negras descendentes dos grupos bantus e iorubás, para quem

Alternativas
Comentários
  • Gab D.

    Revolta da Vacina foi uma rebelião popular contra a vacina anti-varíola, ocorrida no Rio de Janeiro, em novembro de 1904.

    Quando o presidente Rodrigues Alves assumiu o governo, em 1902, nas ruas da cidade do Rio de Janeiro acumulavam-se toneladas de lixo.

    Desta maneira, o vírus da varíola se espalhava. Proliferavam ratos e mosquitos transmissores de doenças fatais como a peste bubônica e a febre amarela, que matavam milhares de pessoas anualmente.

    Decidido a reurbanizar e sanear a cidade,  nomeou o engenheiro Pereira Passos para prefeito e o médico Oswaldo Cruz para Diretor da Saúde Pública.

    Com isso, iniciou a construção de grandes obras públicas, o alargamento das ruas e avenidas e o combate às doenças.

    A reurbanização do Rio de Janeiro, no entanto, sacrificou as camadas mais pobres da cidade, que foram desalojadas, pois tiveram seus casebres e cortiços demolidos.

    A população foi obrigada a mudar para longe do trabalho e para os morros, incrementando a construção das favelas.

    Como resultado das demolições, os aluguéis subiram de preço deixando a população cada vez mais indignada.

  • GABARITO: D

    "Outro motivo importante para a rejeição à vacina era cultural. O grande contingente de escravos africanos suspeitava da medicina dos brancos e preferia recorrer às práticas tradicionais de seus curandeiros. Segundo as tradições dos negros descendentes dos grupos bantus e iorubás, as epidemias de varíola eram um castigo infligido por Omolu ou Obaluaiê, seu orixá. Consideravam mesmo ser a doença uma espécie de purificação pelos seus pecados. Vacinar-se, então, causaria mais epidemias e mortes. A intervenção médica neste assunto seria um ato dispensável e mesmo ilegítimo, pois apenas aos sacerdotes de Omolu caberia esta tarefa."

    FONTE: http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4204434/4101424/memoria16.pdf

  • Todas as alternativas poderiam ser consideradas corretas no que tange às crenças populares que geraram aversão à vacina. No entanto, a questão pede especificamente pelas " tradições culturais das populações negras descendentes dos grupos bantus e iorubás". Assim, somente a D se enquadra nessa descrição.

  • RESUMO PRA VOCÊ ESQUEMATIZAR EM SEU CADERNO :

    - REVOLTA DA VACINA  

     -QUANDO ? (1904) 

    - ONDE ? RIO DE JANEIRO (Sem saneamento, muitas epidemias- cólera, varíola,febre amarela)

    -PRESIDENTE : RODRIGUES ALVES 

    -MÉDICO OSWALDO CRUZ CRIA VACINA ANTI-VARÍOLA 

    - VACINA OBRIGATÓRIA

    -A POPULAÇÃO SE REVOLTA E ENTRA EM CONFRONTO COM A POLÍCIA, POIS NÃO QUERIAM SER ''VACINADOS''

  • Não vi em apostila alguma sobre isso.

  • Os antecedentes: No ano de 1904, estourou um movimento de caráter popular na cidade do Rio de Janeiro (capital do país). O motivo que desencadeou a revolta foi a campanha de vacinação obrigatória, imposta pelo governo federal, contra a varíola. 

    Contexto histórico  

    • A situação do Rio de Janeiro no início do século XX era precária. A população sofria com a falta de um sistema eficiente de saneamento básico. Este fato, desencadeava constantes epidemias, entre elas, febre amarela, peste bubônica e varíola.  
    • Preocupado com esta situação, o então presidente Rodrigues Alves, colocou em prática um projeto de saneamento básico e reurbanização do centro da cidade. O médico e sanitarista Oswaldo Cruz foi designado, pelo presidente da República, para ser o chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública, com o objetivo de melhorar as condições sanitárias da cidade. 

    As principais causas da Revolta da Vacina foram: 

    1 - A campanha de vacinação obrigatória 

    • Ela foi colocada em prática em novembro de 1904. Embora seu objetivo fosse positivo, ela foi aplicada de forma autoritária e violenta. Em alguns casos, os agentes sanitários invadiam as casas e vacinavam as pessoas à força, provocando revolta nas pessoas. Essa recusa em ser vacinado acontecia, pois, grande parte das pessoas não conhecia o que era uma vacina e tinham medo de seus efeitos.  

    2 - Insatisfação popular com os serviços públicos 

    • Mesmo sendo a capital do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro apresentava muitos problemas urbanos. Entre os principais, podemos citar: ineficiência nos meios de transportes coletivos (sistema de bondes), rede de águas e esgotos com problemas (só chegava em áreas mais ricas) e serviço de saúde precário. 

    Como foi a revolta 

    • As revoltas populares aumentavam a cada dia, impulsionada também pela crise econômica (desemprego, inflação e alto custo de vida). Outro fato, que colaborou para o aumento dos protestos de rua, foi a reforma urbana, que retirou a população pobre do centro da cidade, derrubando vários cortiços e outros tipos de habitações mais simples.  
    • As manifestações populares e conflitos espalharam-se pelas ruas da capital brasileira. Populares destruíram bondes, apedrejaram prédios públicos e espalharam a desordem pela cidade. 
    • Houve também, nesse clima de confusão e crise, uma tentativa de golpe militar. Porém, o governo federal agiu com eficiência e conseguiu evitar. 

    As principais consequências: 

    • Em 16 de novembro de 1904, o presidente Rodrigues Alves revogou a lei da vacinação obrigatória, tornando-a facultativa. 
    •  O governo federal colocou nas ruas o exército, a marinha e a polícia, para acabar com os tumultos. Em poucos dias, a cidade voltava a calma e a ordem. 
    • Durante a rebelião, morreram cerca de 30 pessoas. O número de pessoas presas foi de 945. Cerca de 460 pessoas, que participaram do movimento, foram deportadas para o Acre.