Um dos aspectos fundamentais da avaliação é a mensuração da área da ferida. Esse dado é relevante, pois fornece, de maneira objetiva e sistematizada, parâmetros que indicam melhora ou piora da cicatrização da ferida. Sendo assim, o profissional deve utilizar instrumentos empíricos para subsidiar sua prática.
A avaliação da medida da ferida pode ser realizada por meio de medidas tridimensionais ou bidimensionais. A medida tridimensional avalia a ferida em suas diferentes dimensões, ou seja, profundidade, comprimento e largura.
A mensuração da profundidade da lesão pode ser obtida introduzindo uma espátula estéril ou seringa de insulina sem agulha no ponto mais profundo da ferida. Na altura da borda da ferida mais próxima ao local onde está inserida a seringa, marca-se o ponto correspondente à altura, na espátula ou seringa. Em seguida, mede-se esse comprimento com régua e registra-se o resultado obtido.
Outro método para avaliar a extensão de feridas profundas consiste em preenchê-las com soro fisiológico e quantificar o volume gasto na realização desse processo.
A existência de tecido necrótico no leito da ferida, recobrindo-o total ou parcialmente, pode alterar a avaliação de sua profundidade.
A medida bidimensional é a mensuração mais simples e mais usada na prática clínica. Essa medida abrange mensurações lineares, traçados e fotografias das feridas.
As medidas lineares medem o tamanho ou a extensão das feridas (comprimento e largura), fornecendo a tendência do processo de cicatrização. No entanto, o perímetro das feridas geralmente é irregular, sendo difícil determinar o comprimento e a largura na superfície da ferida para obter a leitura da medida.
O traçado das feridas é captado pelo contorno do perímetro externo da ferida desenhado em papel ou acetato transparentes estéreis. O profissional registra o desenho obtido ou os valores do comprimento e largura em formulários de acompanhamento da lesão para determinar se o tamanho ou a forma da ferida se modificaram. A localização anatômica de algumas feridas pode dificultar a realização do traçado. Por isso alguns profissionais podem experimentar dificuldade em determinar a borda da ferida para contorná-la.
O traçado da ferida é uma técnica de menor custo financeiro e de fácil acesso. No entanto, esse procedimento pode causar dor e provocar a manipulação excessiva do leito da lesão.
O registro fotográfico pode fornecer o tamanho relativo da ferida, a cor do tecido e a condição da pele circunvizinha. As fotografias em série podem ser capturadas por uma câmera digital, a um ponto fixo da imagem, de modo que mudanças no curso da cicatrização se tornem evidentes.