“? E o que foi feito da segunda sinfonia de Penderecki?
• Você comete um erro ao estabelecer limites muito rígidos. […] Os limites não são claros. É
como um dia que começa com um tempo horrível e termina ensolarado. Não se pode precisar
quando fez bom ou mau tempo. Para começar, não se tem certeza de que esteja bom ou ruim.
Depois, as nuvens começam a clarear. Mas estariam os limites entre bom e ruim às cinco e dez
ou às cinco e quinze? Seria a nuvem Penderecki um resquício do mal tempo ou já anuncia a cor
menos sombria do tempo bom?
? O pomo é um fenômeno universal? […]
• Ele é uma fase do decorrer artístico a partir da tradição euro-americana. E o pomo, usando de
todos os meios, tenta opor-se à tendência uniformizante que nela existe.
? Fico imaginando uma expedição a recantos dos fins-do-mundo esbarrando num reclame do
tipo “Drink Coca-Cola”.
• Beba Coca-Cola. Este é o título de uma obra muito gostosa de Gilberto Mendes. Um bom
exemplo para ilustrar minha resposta. […]
? E agora você vai dizer que, em flagrante oposição ao modernismo, o pomo tenta não ser
exatamente o mesmo na Rússia ou na Inglaterra, apenas como exemplo.
• Assim é. Dificilmente você poderá comparar Gilberto Mendes com Schnittke ou com John
Taverner.
Essas citações foram extraídas do ensaio “O Pequeno Pomo: ou a história da música do pós-modernismo”, escrito, no formato do diálogo socrático, pelo compositor e musicólogo belga
Boudewijn Buckinx. Acerca deste tema e das personalidades que ele aborda, assinale a
alternativa INCORRETA.