1.2 Níveis de prevenção
Na década de 70, foram estabelecidos, por Leavell & Clark (1976), três níveis de prevenção
que inter-relacionam atividade médica e saúde pública. Nesse esquema, a promoção da saúde
era concebida apenas como um elemento da prevenção primária e voltada mais para os aspectos
educativos individuais. No entanto, a partir da década de 80, após a Carta de Otawa, a promoção
da saúde foi revalorizada, tornando-se objeto de políticas públicas em várias partes do mundo.
Diferentemente da promoção da saúde, a prevenção de enfermidades tem como objetivo a
redução do risco de se adquirir uma doença específica por reduzir a probabilidade de que uma
doença ou desordem venha a afetar um indivíduo (CZERESNIA, 2003).
a) Prevenção primária é a ação tomada para remover causas e fatores de risco de um problema
de saúde individual ou populacional antes do desenvolvimento de uma condição clínica. Inclui
promoção da saúde e proteção específica (ex.: imunização, orientação de atividade física para
diminuir chance de desenvolvimento de obesidade).
b) Prevenção secundária é a ação realizada para detectar um problema de saúde em estágio inicial,
muitas vezes em estágio subclínico, no indivíduo ou na população, facilitando o diagnóstico
definitivo, o tratamento e reduzindo ou prevenindo sua disseminação e os efeitos de longo
prazo (ex.: rastreamento, diagnóstico precoce).
c) Prevenção terciária é a ação implementada para reduzir em um indivíduo ou população os prejuízos
funcionais consequentes de um problema agudo ou crônico, incluindo reabilitação (ex.: prevenir
complicações do diabetes, reabilitar paciente pós-infarto – IAM ou acidente vascular cerebral).
d) Prevenção quaternária, de acordo com o dicionário da WONCA3 é a detecção de indivíduos
em risco de intervenções, diagnósticas e/ou terapêuticas, excessivas para protegê-los de novas
intervenções médicas inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente aceitáveis.
Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/rastreamento_caderno_atencao_primaria_n29.pdf