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ID
3188527
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TCE-RO
Ano
2019
Provas
Disciplina
Auditoria Governamental
Assuntos

Os fatores que compõem o denominado triângulo da fraude consistem em

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: B

    A questão aborda a hipótese de Cressey (1953) (fonte: revistas.usp.br/rcf/article/view/141337/136374)

    "A pressão, também conhecida como incentivo ou motivação, refere-se a algo que aconteceu na vida pessoal

    do fraudador e que criou uma necessidade estressante, motivando-o a fraudar (Coenen, 2008; Singleton &

    Singleton, 2010). A análise efetuada por Cressey (1953) corrobora a literatura sobre fraudes ao apontar que as condições

    relacionadas à imoralidade, emergências, aumento de necessidades, reversões no ambiente de negócios e alto padrão de vida são importantes para as violações de confiança. Contudo, a relevância verifica-se somente se essas condições produzem problemas não compartilháveis para a pessoa que ocupa posição de confiança. Essa situação apenas terá o efeito de criar, na pessoa de confiança, o desejo de resultados específicos – a pressão –, relacionados com a solução do problema, e que podem ser produzidos pela violação criminal da confiança financeira (Cressey, 1953).

    A oportunidade pressupõe que os fraudadores têm o conhecimento e a chance para cometer a fraude. A lógica

    é a de que o indivíduo irá cometer a fraude assim que tiver uma posição de confiança, conhecer as fraquezas nos controles internos e ganhar conhecimento suficiente sobre como cometer o crime com sucesso (Singleton & Singleton, 2010).

    A racionalização é um processo cognitivo de autojustificação (Markin, 1979; Rahn, Krosnick, & Breuning, 1994; Scheufele, 2000). Esse conceito é amplamente discutido por sociólogos, psicólogos e psiquiatras. Em sua hipótese, Cressey (1953) percebeu que os fraudadores racionalizam sua conduta de violação da confiança como comportamento aceitável e justificável pela pretensão de solucionar um dado problema classificado como não compartilhável. Logo, a racionalização é o processo no qual um empregado determina mentalmente que o comportamento fraudulento é uma atitude correta, considerando que a empresa pode absorver as consequências desse ato ou que nenhum shareholder ou stakeholer será prejudicado materialmente pela execução da fraude (Coenen, 2008; Singleton & Singleton, 2010). Segundo Cressey (1953), a racionalização usada pelos violadores é necessária e essencial à violação criminal da confi ança financeira, pois é por seu intermédio que os indivíduos encontram razões pertinentes e reais para agir, ou seja, se autoconvencerão de que a execução da violação da confiança financeira é um ato justificável e aceitável."

  • NBC TA 240(R1)

    A26. Exemplos de fatores de risco de fraude relacionados a informações contábeis fraudulentas e

    apropriação indevida de ativos são apresentados no Apêndice 1. Esses fatores de risco

    ilustrativos são classificados com base em três condições que geralmente estão presentes

    quando há fraude:

    Incentivo ou pressão para perpetrar fraude.

    Oportunidade percebida de cometer fraude.

    Capacidade de racionalizar a ação fraudulenta.

  • Provavelmente a questão foi tirada do REFERENCIAL DE COMBATE A FRAUDE E CORRUPÇÃO DO TCU (p.17-18)

    Resumindo com exemplos:

    PRESSÃO = é a motivação da fraude; pode ter origem pessoal ou profissional (ex: problemas financeiros, dívidas, vício, metas exacerbadas)

    OPORTUNIDADE = são as fraquezas do sistema; define o método com que a fraude será cometida; é criada por controles ineficazes e falha na governança (ex: não há segregação de funções: a pessoa que faz a compra é a mesma que cuida do financeiro)

    RACIONALIZAÇÃO = justificativa moralmente aceitável formulada pelo indivíduo, que não se vê como criminoso ou antiético (ex: “estava só pegando dinheiro emprestado”, “a organização tem tanto que não fará falta”)

  • 6° vez que resolvo essa questão hoje, tem muitas questões repetidas QC!!
  • @Jeferson Fickel, são questões repetidas pois são do mesmo Tribunal de Contas porém com especialização diferente (adm, direito, economia, engenharia...). Quando achar alguma questão repetida, olha em “detalhes da questão”. Se é a mesma questão e está reclamando, pule e segue a vida meu amigo. Abraço!!!
  • Os fatores que compõem o denominado triângulo da fraude consistem em

    pressão, oportunidade e racionalização.

  • Vejam este vídeo de 2 minutos do professor Jetro Coutinho auditor do TCU, é de 2017, bem explicado:

    https://www.youtube.com/watch?v=f7isYbDLRzs

  • Fala pessoal! Beleza? Professor Jetro Coutinho aqui!

    Esta questão cobra o triângulo da fraude, aspecto do compliance no setor público.

    Bom, o triângulo da fraude é um modelo que tenta explicar porque as fraudes ocorrem em uma organização. Segundo esse modelo, para que a fraude ocorra, são necessários três fatores: pressão, oportunidade e racionalização (gabarito letra B).

    Mas vamos ver o que significa cada um desses fatores:

    Pressão: É o que motiva o crime. Pode ter várias origens, mas em geral se trata de algum problema financeiro do indivíduo que, por não conseguir resolvê-lo por meios legítimos, passa a considerar cometer uma ilegalidade. A pressão pode ter origem pessoal ou profissional. Exemplos de pressão podem ser incapacidade de honrar as suas dívidas pessoais, vício no jogo ou em drogas, problemas de saúde, metas de produtividade no trabalho e o desejo por um padrão de vida superior.

    Oportunidade: Refere-se às fraquezas do sistema de gestão, em que o servidor tem o poder e habilidade para explorar uma situação que possibilita a fraude. A oportunidade define o método com que a fraude será cometida. O indivíduo deve vislumbrar uma forma de usar e abusar de sua posição de confiança para resolver o seu problema financeiro, aliada a uma percepção do baixo risco de ser pego. A oportunidade é criada por controles ineficazes e falhas na governança e, quanto maior for a percepção de oportunidade, maior a probabilidade de a fraude ocorrer. Outros fatores relacionados com a percepção de oportunidade são: a assunção de que a organização não está ciente; o fato de os servidores não serem verificados periodicamente quanto ao cumprimento das políticas; a crença de que ninguém se importa nem vai considerar a transgressão grave. Mesmo que a pressão seja extrema, a fraude não vai ocorrer se a oportunidade não estiver presente.

    Racionalização: Significa que o indivíduo formula algum tipo de racionalização moralmente aceitável antes de transgredir e se envolver em comportamentos antiéticos. A racionalização refere-se à justificação de que o comportamento antiético é algo diferente de atividade criminosa. Os transgressores se veem como pessoas comuns e honestas que são pegas em más circunstâncias. As racionalizações comuns são “eu estava apenas pegando o dinheiro emprestado", “eu merecia esse dinheiro", “eu tinha que desviar o dinheiro para ajudar minha família", “eu não recebo o salário que mereço", “minha organização é desonesta com outros e merece ser trapaceada".


    Portanto, 
    gabarito do professor: B.
  • Só pra adicionar uma informação que pode ser cobrada, de acordo com o referencial de combate a fraude já existe a teoria do "diamante da fraude"

    A partir do triângulo da fraude, outra teoria introduziu o “diamante da fraude”. Nesse modelo, a nova aresta é a capacidade. Isso significa que para a fraude ocorrer, além dos fatores do triângulo da fraude, o transgressor precisa ter as habilidades pessoais e técnicas para cometer a fraude. Assim, a pressão é a causa-raiz da fraude, que leva o indivíduo a racionalizar e buscar uma oportunidade, e quando esse cenário está montado, bastaria a capacidade do indivíduo para a fraude ocorrer

    Fonte: Referencial combate a fraude e Corrupção

  • *nao anotar* Há 3 fatores na P O RRA (Pressão, Oportunidade e RAcionalização) do Triângulo da fraude

  • Triângulo da fraude = P.O.R (P)ressão: fraqueza do indivíduo, (O)portunidade: fraqueza do sistema, (R)acionalização

    Diamante da fraude = PORC Idem acima + (C)apacidade.

    Bons estudos.