- ID
- 3192508
- Banca
- CS-UFG
- Órgão
- Prefeitura de Goiânia - GO
- Ano
- 2016
- Provas
- Disciplina
- Pedagogia
Leia o texto que segue.
O pensamento pedagógico de Paulo Freire, assim
como sua proposta para a alfabetização de adultos, inspiraram os principais programas de alfabetização e
educação popular que se realizaram no país no início
dos anos 60. Esses programas foram empreendidos por
intelectuais, estudantes e católicos engajados numa
ação política junto aos grupos populares. Desenvolvendo e aplicando essas novas diretrizes, atuaram os
educadores do MEB — Movimento de Educação de
Base, ligado à CNBB — Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil, dos CPCs — Centros de Cultura Popular, organizados pela UNE — União Nacional dos
Estudantes, dos Movimentos de Cultura Popular, que
reuniam artistas e intelectuais e tinham apoio de administrações municipais. Esses diversos grupos de educadores foram se articulando e passaram a pressionar o
governo federal para que os apoiasse e estabelecesse
uma coordenação nacional das iniciativas.
Em janeiro de 1964, foi aprovado o Plano Nacional de Alfabetização, que previa a disseminação por
todo Brasil de programas de alfabetização orientados
pela proposta de Paulo Freire. A preparação do plano,
com forte engajamento de estudantes, sindicatos e diversos grupos estimulados pela efervescência política
da época, seria interrompida alguns meses depois pelo
golpe militar.
O paradigma pedagógico que se construiu nessas
práticas baseava-se num novo entendimento da relação
entre a problemática educacional e a problemática social. Antes apontado como causa da pobreza e da marginalização, o analfabetismo passou a ser interpretado
como efeito da situação de pobreza gerada por uma estrutura social não igualitária. Era preciso, portanto,
que o processo educativo interferisse na estrutura social que produzia o analfabetismo.
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Educação para jovens e
adultos – ensino fundamental. Proposta curricular do 1º segmento, 2001.)
Fundamentadas na perspectiva freireana para a educação
de jovens e adultos, a alfabetização e a educação de base
de adultos devem partir sempre de um exame crítico da realidade existencial dos educandos, da identificação das origens de seus problemas e das possibilidades de superá-los.
Essa prerrogativa é muito bem representada pela máxima
escrita por Paulo Freire, na qual ele revela que