- ID
- 3235036
- Banca
- FCC
- Órgão
- SEC-BA
- Ano
- 2018
- Provas
- Disciplina
- Educação Física
- Assuntos
Considere os fragmentos de texto abaixo.
Como o de costume, na reunião com os familiares, me apresentei e expliquei um pouco sobre o trabalho que realizaríamos nas
aulas de educação física durante aquele semestre. Ao terminar a minha apresentação logo uma mãe levantou a mão e
perguntou: “Não vai ter esse negócio de funk aqui na escola, não é professora?” E eu respondi que o ritmo funk é uma forma de
expressão de um grupo social que merece ser abordado na escola sim, e ainda afirmei que existe um grupo que constrói essa
manifestação da cultura corporal que ajuda a compor a diversidade cultural brasileira. Dessa forma, a inclusão das
possibilidades de dançar o funk acrescentaria aos nossos estudos a possibilidade de conhecimento da diversidade cultural
brasileira. Como o objetivo do trabalho não era aprofundar o estudo sobre o funk, expliquei um pouco aos pais sobre as
diferenças existentes dentro desse ritmo, e que nós estudaríamos naquele momento seria uma vertente chama Funk Comedi, no
qual as letras das músicas são apenas brincadeiras e que não trazem palavrões, apelo sexual ou referência ao tráfico ou uso de
drogas. Ao final da reunião, algumas mães da mesma sala me procuraram para dizer que eu estava certa, pois o ritmo funk está
em toda a parte da sociedade e não há como fingirmos que ele não existe. Acredito que as falas dessas mães legitimaram um
pouco mais o meu trabalho, e me ajudaram no discurso para enfrentar as posições contrárias a presença desse ritmo que
vinham de dentro da própria escola. (JCJM, 2013)
Na aula seguinte, fomos à quadra vivenciar a ginástica rítmica − GR. Combinamos, inicialmente, que a vivência dos gestos seria
de acordo com que cada aluno e aluna achasse melhor. Apresentei, de maneira bem breve, os aparelhos: corda, maça, bola,
arco e fita. Assim, trabalharam em duplas, trios, grandes grupos e individualmente. A escola dispunha de corda, bambolê e bola.
A fita foi confeccionada por mim com fita de cetim e palitos de churrasco e a maça foi substituída por pinos de boliche de
plástico. (...) Visando à ressignificação dos saberes concernentes à GR, propus que a turma assistisse a um vídeo que contrapôs a ideia de que a GR seria uma prática exclusivamente feminina, conforme apontado pelo Comitê Olímpico Internacional. O
vídeo mostrava uma GR praticada por homens com outros tipos de materiais. Minha intenção com essa atividade foi
desestabilizar as representações e significações que reforçavam a GR como território exclusivamente feminino. Durante o vídeo,
um aluno percebeu que os gestos daquela GR masculina lembravam gestos característicos das artes marciais. Então,
discutimos sobre as gestualidades “impressas” nos corpos das pessoas em que a GR feminina é caracterizada por movimentos
“leves, sincronizados e delicados” e a GR masculina é caracterizada por movimentos “precisos, fortes e incisivos”. (JLOJ, 2016)
A partir dos fragmentos, extraídos de relatos de experiência elaborados por professores, é INCORRETO afirmar: