Questão sobre a codificação no
plano de contas.
Vamos começar relembrando o
conceito de Balanço Patrimonial, que é um grande resumo dos saldos das contas
patrimoniais. Ele sintetiza a posição
das contas do exercício e evidencia as mudanças patrimoniais que ocorreram em
relação ao exercício anterior. Ele é apresentado aos usuários subdividido em
Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
Tomando o BP como referência,
dizemos que as contas dentro de cada um desses grandes grupos são elaboradas e organizadas conforme as especificidades de controle de
informações de cada empresa, dentro de um plano
de contas. Logo, a partir do 2º nível de detalhamento (ex.: Ativo
Circulante), cada entidade organiza suas contas sintéticas (ex.:
disponibilidades) e analíticas (ex.: Bancos Conta Movimento) da maneira que atenda
melhor os objetivos da informação contábil, conforme NBC ITG 2000.
Entretanto, isso não quer
dizer que a entidade possa elaborar seu plano de contas sem respeitar critério
algum. Ao classificar as contas a entidade deverá seguir os princípios contábeis, as normas contábeis e as recomendações da doutrina contábil.
Dica!
Isso quer dizer que diferentemente do setor
público, em que temos um plano de contas
padrão (PCASP), no setor privado, em geral, o plano de contas
das entidades não segue um padrão
rígido, predefinido.
Nesse contexto, a doutrina¹
recomenda a codificação do plano de contas em pelo menos 4 níveis:
Nível 1
- Ativo.
- Passivo e Patrimônio Líquido.
- Receitas, Custos e Despesas.
Nível 2
- Ativo Circulante e Ativo Não
Circulante.
- Passivo Circulante, Passivo
Não Circulante e Patrimônio Liquido.
- Receitas de Vendas, Outras
Receitas Operacionais, Custos e Despesas Operacionais.
Nível 3
- Contas sintéticas que
representam o somatório das contas analíticas que recebem os lançamentos contábeis,
como, por exemplo, Disponibilidades.
Nível 4
- Contas analíticas que recebem
os lançamentos contábeis, como, por exemplo, Bancos Conta Movimento.
Veja a estrutura de codificação, das contas do ativo:
Atenção! Você
não deve decorar esses códigos, pois como expliquei, eles podem variar de
entidade para entidade. Mas você deve entender a estrutura, a lógica contábil
por trás. Exemplo: quando o 1º dígito é 1, ele deverá tratar do Ativo. Quando o
2º dígito é 1, ele deverá tratar do Ativo Circulante, e assim por diante.
Feita a revisão, agora já
podemos analisar cada alternativa:
A) Certo, perceba que a questão pede uma conta identificadora de um cliente específico. A conta clientes
fica no ativo circulante, logo só poderá iniciar seus dois primeiros dígitos
com 1 e 1. Assim, nesse plano de contas os dígitos poderiam ser representados
dessa forma, por exemplo:
1 Ativo
1.1 Ativo Circulante
1.1.2 Aplicações Financeiras
1.1.2.2 Clientes
1.1.2.2.X Cliente específico
B) Errado, os dois primeiros códigos 1.2 estaria relacionado a contas
do Ativo Não Circulante:
1 Ativo
1.2 Ativo Não Circulante
C) Errado, como vimos, os dois primeiros códigos 1.2 estaria
relacionado a contas do Ativo Não Circulante.
D) Errado, o primeiro código 2 é relacionado ao Passivo.
E) Errado, os dois primeiros códigos 2.2 estão relacionados com o Passivo
Não Circulante, por exemplo:
2 Passivo
2.2 Passivo Não Circulante
Fonte:
¹ Souza, Sérgio Adriano de Contabilidade geral 3D:
básica, intermediária e avançada I Sérgio Adriano de Souza. - 3ª. ed. rev. e
atuai.- Salvador: Juspodivm, 2016. p. 114.
Gabarito do Professor: Letra A.