O termo hotspots é utilizado para designar lugares que apresentam uma grande riqueza natural e uma elevada biodiversidade, mas que, no entanto, encontram-se ameaçados de extinção ou que passam por um corrente processo de degradação. Trata-se dos lugares do planeta onde a conservação de suas feições naturais faz-se mais urgente.
A criação do conceito de hotspots surgiu a partir de uma necessidade, fruto da seguinte problematização recorrente entre os ecologistas: com tantas áreas naturais existentes no planeta, quais seriam os pontos de maior diversidade ameaçados de extinção e que precisam ser mais urgentemente conservados?
Diante de tal questão, o ecólogo inglês Norman Myers elaborou, em 1988, uma resposta a partir da elaboração do conceito de hotspots, que seria justamente essas áreas mais ricas e que contam com urgência em termos de políticas públicas para serem conservadas. Myers realizou os seus estudos e listou uma série de regiões que se encaixavam nessas características, tendo como critério a seguinte composição: áreas com 1500 espécies endêmicas (aquelas que só existem na região em questão) e que já perderam ¾ de sua vegetação original.
Inicialmente, apenas dez regiões do planeta encaixaram-se na definição supracitada, com destaque maior para as florestas tropicais, o que inclui, nesse caso, a Mata Atlântica brasileira, um bioma profundamente afetado pela ocupação do espaço geográfico e que conta com a sua maior parte original devastada.
Posteriormente, na década de 1990, um estudo mais aprimorado realizado pelo pesquisador Russell Mittermeier aprofundou os conhecimentos sobre as áreas naturais do planeta e permitiu a reclassificação do número de hotspots existentes no planeta de 10 para 25. Já no ano de 2005, a ONG Conservação Ambiental realizou uma pesquisa que aumentou o número de hotspots mundiais para 34, incluindo a região do Cerrado. Assim, o número de hotspots brasileiros aumentou para dois.
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