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ID
3316249
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Birigui - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Ao discutir os sete saberes necessários à educação do futuro, Morin (2002) apresenta contracorrentes suscitadas em reação às correntes dominantes que podem se desenvolver e mudar o curso dos acontecimentos atuais. Entre elas, a contracorrente ecológica, que,

Alternativas
Comentários
  • gabarito A, quem for dá área ajuda ai e explica

  • O ocaso do século XX deixou como herança contracorrentes

    regeneradoras. Frequentemente, na história, contracorrentes suscitadas em reação às correntes dominantes podem-se desenvolver e mudar o curso dos acontecimentos. Devemos considerar:

    • a contracorrente ecológica que, com o crescimento das degradações e o surgimento de catástrofes técnicas/industriais,

    só tende a aumentar;

    • a contracorrente qualitativa que, em reação à invasão do

    quantitativo e da uniformização generalizada, se apega à qualidade

    em todos os campos, a começar pela qualidade de vida;

    • a contracorrente de resistência à vida prosaica puramente

    utilitária, que se manifesta pela busca da vida poética,

    dedicada ao amor, à admiração, à paixão, à festa;

    • a contracorrente de resistência à primazia do consumo padronizado, que se manifesta de duas maneiras opostas: uma

    pela busca da intensidade vivida (“consumismo”); a outra

    pela busca da frugalidade e da temperança;

    • a contracorrente, ainda tímida, de emancipação em relação

    à tirania onipresente do dinheiro, que se busca contrabalançar

    por relações humanas e solidárias, fazendo retroceder o

    reino do lucro;

    • a contracorrente, também tímida, que, em reação ao desencadeamento da violência, nutre éticas de pacificação das

    almas e das mentes.

    Pode-se igualmente pensar que todas as aspirações que nutriram

    as grandes esperanças revolucionárias do século XX, mas

    que foram frustradas, poderão renascer na forma de nova busca

    de solidariedade e de responsabilidade.

    Poder-se-ia esperar, igualmente, que a necessidade de volta

    às raízes, que mobiliza hoje fragmentos dispersos da humanidade

    e provoca a vontade de assumir identidades étnicas ou nacionais,

    pudesse aprofundar-se e ampliar-se, sem negar-se a si mesmas,

    nesta volta às raízes, ao seio da identidade humana de

    cidadãos da Terra-pátria.

    Pode-se esperar uma política a serviço do ser humano,

    inseparável da política de civilização, que abriria o caminho para

    civilizar a Terra como casa e jardim comuns da humanidade.

    Todas essas correntes prometem intensificar-se e ampliar-se ao longo do século XXI e constituir múltiplos focos de transformação, mas a verdadeira transformação só poderia ocorrer com

    a intertransformação de todos, operando assim uma transformação

    global, que retroagiria sobre as transformações individuais.

    Edgar Morin

    Os sete saberes necessários

    à educação do futuro

    © UNESCO 1999

    © UNESCO/Cortez Editora 2000, edição brasileira