“Minhas palavras são como as estrelas que nunca
empalidecem.
Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra?
Tal ideia nos é estranha. Se não somos donos da pureza
do ar ou do resplendor da água, como então podes
comprá-los? Cada torrão desta terra é sagrado para
meu povo, cada folha reluzente de pinheiro, cada praia
arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada
clareira e inseto a zumbir são sagrados nas tradições
e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas
árvores carrega consigo as recordações do homem
vermelho.
O homem branco esquece a sua terra natal, quando
– depois de morto – vai vagar por entre as estrelas.
Os nossos mortos nunca esquecem esta formosa terra,
pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte
da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas
são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia –
são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sumos da
campina, o calor que emana do corpo de um carro, e o
homem – todos pertencem à mesma família”.
(Trecho da carta do cacique Seattle destinada a Washington.
Disponível em: <http://www.ufpa.br/permacultura/carta_cacique.htm>. Acesso em: 19 mar. 2018.)