A afirmação sobre o gerúndio nos dá uma pista importante sobre o uso dessa forma verbal conforme a norma vigente: a expressão de uma ação que decorre no momento da enunciação. Assim sendo, a opção que melhor responde ao exercício é aquela em que o gerúndio é usado dentro dessa normativa.
Vamos analisar, então, cada uma das frases abaixo e a que tempo verbal o gerúndio faz referência.
I. Guardaba turno leyendo un tebeo
O uso do pretérito imperfeito em “Guardaba" indica uma ação comum do passado. Nesse sentido, o modo pelo qual o sujeito da frase trabalhava era “leyendo un tebeo" – entende-se, portanto, que a ação de ler era concomitante à primeira ação. CORRETA
II. Conoció a Amelia casándose con ella a los dos meses
O verbo “conocer" conjugado no pretérito perfeito sugere uma ação já concluída. Deste modo, é improvável que a ação de casar sugira evento simultâneo. O uso do gerúndio nesta opção marca o modo como alguém conheceu uma outra pessoa. INCORRETA
III. Habiendo leído un libro fue a devolverlo a la biblioteca.
A junção do verbo haber com o particípio passado leído indica uma ação alocada temporalmente no passado. Quando indicar a construção “após + verbo", é aceito que o primeiro verbo do sintagma apareça no gerúndio. É importante frisar que não se trata da ação de haver sendo desenvolvida ao mesmo tempo em que a ação de leer. Neste caso, o gerúndio é usado dentro de uma estrutura que designa o momento em que uma determinada ação aconteceu (após ler o livro). CORRETA
IV. Salió un decreto nombrando alcaides menores
O decreto não foi promulgado ao mesmo tempo em que ele nomeia representantes, caso contrário a validade do decreto duraria apenas o tempo da nomeação. Entende-se, então, que o uso do gerúndio aqui se apresenta enquanto o objetivo da existência do decreto. É um uso recorrente na linguagem informal, não sendo previsto na norma gramatical. INCORRETA
V. Estudió en Santiago, yendo después a Bogotá
Assim como na opção III, o uso do gerúndio aqui prevê uma marca temporal. Entretanto, as ações aparecem na frase na exata ordem em que aconteceram: primeiro, estudou em Santiago, então foi a Bogotá. Não é possível, portanto, adotar o gerúndio neste caso, conforme a norma gramatical, porque ele pode causar confusão em relação ao tempo em que a ação de “ir" a Bogotá aconteceu – terá sido concomitante ao ato de estudar em Santiago? Por serem duas cidades diferentes e distantes, isso gera uma incoerência semântica, solucionada apenas com a identificação do advérbio “después." Para manter a linguagem o mais objetiva possível, é preciso evitar tais situações. INCORRETA
Portanto, as respostas corretas são as de número I e III.
A) A junção do verbo haber com o particípio passado leído indica uma ação alocada temporalmente no passado. Quando indicar a construção “após + verbo", é aceito que o primeiro verbo do sintagma apareça no gerúndio. É importante frisar que não se trata da ação de haver sendo desenvolvida ao mesmo tempo em que a ação de leer. Neste caso, o gerúndio é usado dentro de uma estrutura que designa o momento em que uma determinada ação aconteceu (após ler o livro). Por outro lado, a opção I também está adequada, porque o uso do pretérito imperfeito em “Guardaba" indica uma ação comum do passado. Nesse sentido, o modo pelo qual o sujeito da frase trabalhava era “leyendo un tebeo" – entende-se, portanto, que a ação de ler era concomitante à primeira ação.
INCORRETA
B) Na opção I, o uso do pretérito imperfeito em “Guardaba" indica uma ação comum do passado. Nesse sentido, o modo pelo qual o sujeito da frase trabalhava era “leyendo un tebeo" – entende-se, portanto, que a ação de ler era concomitante à primeira ação. Já na opção III, a junção do verbo haber com o particípio passado leído indica uma ação alocada temporalmente no passado. Quando indicar a construção “após + verbo", é aceito que o primeiro verbo do sintagma apareça no gerúndio. É importante frisar que não se trata da ação de haver sendo desenvolvida ao mesmo tempo em que a ação de leer. Neste caso, o gerúndio é usado dentro de uma estrutura que designa o momento em que uma determinada ação aconteceu (após ler o livro).
CORRETA
C) Na opção II, o verbo “conocer" conjugado no pretérito perfeito sugere uma ação já concluída. Deste modo, é improvável que a ação de casar sugira evento simultâneo. O uso do gerúndio nesta opção marca o modo como alguém conheceu uma outra pessoa. Isso, por si só, inviabiliza esta opção. Já na opção IV, o decreto não foi promulgado ao mesmo tempo em que ele nomeia representantes, caso contrário a validade do decreto duraria apenas o tempo da nomeação. Entende-se, então, que o uso do gerúndio aqui se apresenta enquanto o objetivo da existência do decreto. É um uso recorrente na linguagem informal, não sendo previsto na norma gramatical. INCORRETA
D) As opções I e III estão adequadas, como já vimos, mas na opção II o verbo “conocer" conjugado no pretérito perfeito sugere uma ação já concluída. Deste modo, é improvável que a ação de casar sugira evento simultâneo. O uso do gerúndio nesta opção marca o modo como alguém conheceu uma outra pessoa. Isso inviabiliza esta opção.
INCORRETA
E) A opção III está adequada, mas na II o verbo “conocer" conjugado no pretérito perfeito sugere uma ação já concluída. Deste modo, é improvável que a ação de casar sugira evento simultâneo. O uso do gerúndio nesta opção marca o modo como alguém conheceu uma outra pessoa. Isso, por si só, inviabiliza esta opção. Já a opção V, as ações aparecem na frase na exata ordem em que aconteceram: primeiro, estudou em Santiago, então foi a Bogotá. Não é possível, portanto, adotar o gerúndio neste caso, conforme a norma gramatical, porque ele pode causar confusão em relação ao tempo em que a ação de “ir" a Bogotá aconteceu – terá sido concomitante ao ato de estudar em Santiago? Por serem duas cidades diferentes e distantes, isso gera uma incoerência semântica, solucionada apenas com a identificação do advérbio “después." Para manter a linguagem o mais objetiva possível, é preciso evitar tais situações.
INCORRETA
Gabarito da Professora: Letra B.