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ID
3386125
Banca
IADES
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2019
Provas
Disciplina
História
Assuntos

        Os velhos, as mulheres, os meninos que não têm forças, nem armas com que se defender, morrem como ovelhas inocentes às mãos da crueldade herética, e os que podem escapar à morte, desterrando-se a terras estranhas, perdem a casa e a pátria. […] Não fora tanto para sentir, se, perdidas fazendas e vidas, se salvara ao menos a honra; mas também esta a passos contados se vai perdendo; e aquele nome português, tão celebrado nos anais da fama, já o herege insolente com as vitórias o afronta, e o gentio de que estamos cercados, e que tanto o venerava e temia, já o despreza. 


VIEIRA, A. Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra a Holanda. In:
BOSI, A. (org.) Essencial Padre Antônio Vieira. São Paulo: Companhia das
Letras, 2011, p. 248. 

Considerando as dimensões econômica, social e política da América portuguesa, julgue (C ou E) o item a seguir.



Condenada por intelectuais da igreja como Antônio Vieira, a escravidão indígena foi proibida logo no primeiro século de colonização da América portuguesa. Sintomas da mudança do padrão de mão de obra indígena para o africano ao longo do século 16 foram o fim das bandeiras, na capitania de São Vicente, e o início da edificação de reduções jesuíticas, como a de Sete Povos das Missões.

Alternativas
Comentários
  • QUESTÃO ERRADA

  • Os bandeirantes não aceitaram as recomendações dos jesuítas quando a proibição da escravidão do indígenas, e por muito tempo saquearam suas províncias para capturar os indígenas para escravidão. Nesse período bandeirantes e jesuítas eram contrários, é bom lembrar também que foi os bandeirantes que deu início ciclo do ouro em minas gerais em 1702 logo século VII. espero ter ajudado.

  • GABARITO - ERRADO

    A escravidão indígena foi proibida pela primeira vez por meio de Carta Régia de 1570, a qual instituiu a “Guerra Justa” e a escravidão voluntária.

    Todavia, falhas na Lei e a “vista grossa” das autoridades permitiam que a sujeição dos povos indígenas fosse prática recorrente até fins do século XVII.

    E só vai ser combatida efetivamente a partir de 1757, por meio de um decreto do Marquês de Pombal (1699-1782).

  • Eu acho que a questão se equivoca quando se fala no fim das bandeiras no século 16. Segundo o livro " História do Brasil" de Boris Fausto - página 94: " A grande marca deixada pelos paulistas na vida colonial do século XVII - DEZESSETE- foram as bandeiras. Expedições que reuniam às vezes milhares de índios lançavam-se pelo sertão, aí passando meses e às vezes anos, em busca de indígenas a serem escravizados e metais preciosos."

  • Desde a ocupação do litoral do que virá a ser o Brasil, põe-se, para o explorador português, a questão da mão de obra. A princípio, quando a atividade econômica desenvolvida é a de extração do pau-brasil , a negociação com o elemento nativo resolve a contento o problema. Os nativos reconheciam, cortavam e transportavam a madeira até a costa , de onde era possível embarcá-la para Portugal.

    A partir de mais ou menos 1530, quando se inicia verdadeiramente a ocupação do território, com o plantio da cana de açúcar, novamente esteve em pauta a questão da mão de obra. Na capitania de São Vicente ainda se utilizou o nativo. Mas , na capitania de Pernambuco, chegam, a partir de mais ou menos 1549, navios com africanos, que serão escravizados. Por que a escravização dos nativos não teve a mesma força? Em primeiro lugar por interferência da Igreja Católica. Defendia ela que os nativos eram almas “puras como crianças" e que poderiam ser salvas através do batismo e catequização. Por isso, tal escravização será proibida pela Carta Régia de 1570 – mesmo que não tenha deixado de existir . Além disso, a agricultura era trabalho feminino entre grande parte dos povos habitantes do território. Aos homens cabia a caça e a pesca. Portanto, não eram bons trabalhadores, além de terem conhecimento do território e fugirem com relativa facilidade.

    Por fim, o comércio de africanos para escravização já era estruturado e lucrativo desde o final do século XIV. Comerciantes árabes, italianos e portugueses levavam africanos, pelo Mediterrâneo, para regiões do sul da Europa e, muito particularmente, para as plantações de açúcar do Algarve e do arquipélago da Madeira. A possibilidade de fornecimento do braço africano escravo para o novo empreendimento colonial era uma interessante fonte de lucro para comerciantes e de impostos para a Coroa Portuguesa.

    Assim sendo, vê-se que a questão de introdução do bração africano não se relaciona com as Entradas e Bandeiras que, aliás, só deixaram de ser feitas no século XVIII e, as reduções eram missões jesuíticas – aldeamentos – nos quais os nativos das áreas de dominação portuguesa e espanhola eram catequizados e “civilizados" sendo, também, protegidos da escravização.
    No entanto, a escravização do elemento africano é anterior à organização dos Sete Povos das Missões, que data da metade do século XVII.

    RESPOSTA : AFIRMATIVA ERRADA
  • Condenada por intelectuais da igreja como Antônio Vieira, a escravidão indígena foi proibida logo no primeiro século de colonização da América portuguesa. Sintomas da mudança do padrão de mão de obra indígena para o africano ao longo do século 16 foram o fim das bandeiras, na capitania de São Vicente, e o início da edificação de reduções jesuíticas, como a de Sete Povos das Missões.

    errado

  • início das bandeiras.

  • Controvérsias da questão que a tornam errada:

    1) A escravidão não foi efetivamente proibida no com a Carta Régia de 1570, que a permitia em caso de Guerras Justas (se houvesse resistência aos "descimentos", por exemplo) e contra etnias indígenas hostis (os "tapuia"). Não só a carta régia não a proibia completamente, como, na prática, mesmo no casos em que era vedada, acabava por ocorrer.

    2) A mão de obra indígena não foi substituída pela mão de obra negra no século XVI, mas apenas no século seguinte. Vale lembrar que nos quinhentos, a produção açucareira ainda era incipiente e pouco produtiva, entre outras razões, pela dificuldade dos indígenas em se adaptarem ao trabalho extensivo exigido nos engenhos. No século XVII, com o crescimento da economia açucareira, houve tal transição de mão de obra, favorecida pela descoberta dos portos de Congo e Angola. Já havia, todavia tráfico de escravos oriundos do Daomé, desde o século XVI.

    3) Por último, o auge das bandeiras de apresamento indígena ocorre no século XVII, sobretudo como reação à invasão holandesa e consequente diminuição do tráfico de escravos africanos, vez que não só Pernambuco foi ocupado, mas também as feitorias ibéricas da costa africana. Na ausência de mão de obra africana, recorre-se aos indígenas, que serão vítimas de diversos sequestros pelos bandeirantes. Ou seja, no século XVI o bandeirismo de apresamento mal tinha começado.

  • As Bandeiras surgiram no início do século CVII e se estenderam por todo o século seguinte.