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ID
3386131
Banca
IADES
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2019
Provas
Disciplina
História
Assuntos

        Os velhos, as mulheres, os meninos que não têm forças, nem armas com que se defender, morrem como ovelhas inocentes às mãos da crueldade herética, e os que podem escapar à morte, desterrando-se a terras estranhas, perdem a casa e a pátria. […] Não fora tanto para sentir, se, perdidas fazendas e vidas, se salvara ao menos a honra; mas também esta a passos contados se vai perdendo; e aquele nome português, tão celebrado nos anais da fama, já o herege insolente com as vitórias o afronta, e o gentio de que estamos cercados, e que tanto o venerava e temia, já o despreza. 


VIEIRA, A. Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra a Holanda. In:
BOSI, A. (org.) Essencial Padre Antônio Vieira. São Paulo: Companhia das
Letras, 2011, p. 248. 

Considerando as dimensões econômica, social e política da América portuguesa, julgue (C ou E) o item a seguir.


A descoberta de ouro e a consequente circulação de riquezas na capitania das Minas Gerais atraiu grande número de migrantes para a região, propiciando o surgimento de um ambiente cosmopolita e intelectualmente sofisticado. Nesse contexto, a abertura das primeiras gráficas na América portuguesa – autorizadas pelo Marquês de Pombal no âmbito de um conjunto de medidas ditas esclarecidas, que visavam a atualizar a relação entre Metrópole e Colônia – contribuiria para catalisar a circulação dos ideais revolucionários do Iluminismo francês entre a elite letrada local.


Alternativas
Comentários
  • Marquês de Pombal já havia morrido quando foi criada a primeira gráfica no Brasil.

    O Brasil inicia o segmento gráfico em 1.808 com o decreto Régio, que oficializa a implantação da tipografia no país juntamente com a chegada da Família Real portuguesa. O primeiro jornal a ser publicado por aqui foi A Gazeta do Rio de Janeiro. Além do jornal eram impressos também outros materiais, como os da imprensa oficial, trabalhos científicos, folhinhas, materiais didáticos e obras literárias.

    Fonte https://graficacartex.com.br/a-evolucao-grafica-no-brasil/

  • É ERRADO dizer que na capitania de Minas Gerais havia um ambiente cosmopolita e intelectualmente sofisticado. Muito menos dizer que a metrópole favoreceu e permitiu a circulação de ideias revolucionários dentro da colônia. A imprensa régia, primeira editora do Brasil, só foi criada com a chegada da coroa ao Brasil em 1808.

  • O Brasil e inúmeras outras colônias de exploração, enquanto nesta condição,a não faz sentido um viés intelectual e científico pelo menos antes da Revolução Francesa (1789-1799).

    Assim, no Brasil só é possível mencionar esse "ambiente intelectual" com o fim do Pacto Colonial (1808), vejamos:

    "A revolução de 1820 criou, tanto em Portugal quanto no Brasil, um clima de liberdade que favoreceu a discussão de ideias políticas. A censura oficial, de certo modo, abrandou. Os que sabiam ler, liam muito e com paixão. E não apenas obras importadas da Europa, mas principalmente jornais, panfletos e livros editados no Brasil pela Impressão Régia, com um catálogo rico de obras literárias no país, políticas científicas, e por outras gráficas que se instalaram no país. Como nunca antes, podia-se publicamente falar e escrever o que se pensava e queria. Muitas vezes com palavras duras, quando não insultuosas." (História do Brasil Nação: crise colonial e independência).

    A questão não demanda um conhecimento específico sobre a data da primeira gráfica, mas sim uma interpretação dos impactos culturais e intelectuais da instalação da família real no RJ, bem como o contexto da Revolução Francesa e da gestão Pombalina x Joanina.

  • A região das Minas- as Gerais – foi de intenso movimento a partir da segunda metade do século XVIII. Vila Rica – hoje Ouro Preto – Mariana, Sabará, Diamantina, Congonhas do Campo, entre outras, são cidades nascidas na época de exploração de metais e pedras preciosas na região. Uma sociedade rica, pujante, diversificada e menos aristocrática – embora escravocrata – floresceu, dando origem incluso a um estilo de arte exclusivo da época e da região: o barroco mineiro

    Além da escultura e da arquitetura, há que destacar a literatura e a oratória como tendo tido desenvolvimento entre a elite letrada. No entanto, as ideias - revolucionárias ou não - circulavam através de publicações europeias e norte-americanas, trazidas pelos filhos da elite econômica que haviam estudado no exterior, ou às claras ou de contrabando.

    A publicação de jornais, folhetos e livros era proibida. Só haverá imprensa na colônia, a Imprensa Régia, a partir da vinda da corte portuguesa para o Brasil, em 1808. É D. João VI e não o Marquês de Pombal, ministro de D. José I, que estabelece a possibilidade de imprensa. Portanto, a afirmativa está incorreta.

    RESPOSTA: AFIRMATIVA ERRADA.
  • O pacto colonial na "América portuguesa" era mais restrito que na "espanhola", a Espanha autorizava a criação de universidades, por exemplo.

    Quando a questão falar de qualquer autorização para abrir gráficas, indústrias, universidades, etc, no Brasil, antes de 1808, corra para as montanhas!!!

  • " A Coroa portuguesa, ao contrário da espanhola, temia a formação na própria Colônia de uma elite letrada. Já no século XVI, a Espanha criou na América várias universidades. Nada disso aconteceu na América lusa, durante todo o período colonial. Aliás, praticamente a mesma coisa aconteceu com a imprensa, que surgiu nas maiores cidades coloniais da América espanhola também no século XVI. Enquanto isso, ressalvando-se uma oficina gráfica aberta do Rio de Janeiro em 1747 e logo após fechada por ordem real, a imprensa no Brasil só nasceria no século XIX, com a vinda de D. João VI."

    FAUSTO, Bóris; História do Brasil; Cap. 1, item 2.23.1, página 97.

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