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ID
3386251
Banca
IADES
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2019
Provas
Disciplina
História
Assuntos

         Considerando as forças políticas e sociais atuantes no decorrer do ano de 1945, fica evidente que a corrente antiEstado Novo era numericamente limitada e de extração social e política bem definida. No outro extremo, posicionava-se parte da população brasileira comprometida com o projeto social getulista/trabalhista. Entre 1945 e 1964, viveu-se uma fase da trajetória nacional brasileira que, apesar das inúmeras contradições que a marcaram, encontrou, na efervescência da vida partidária, uma efetiva contribuição para a ampliação da prática da democracia política no Brasil. 


DELGADO, Lucília de Almeida Neves. Partidos políticos e frentes parlamentares:
projetos, desafios e conflitos na democracia. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO,
Lucília de Almeida Neves (org.). O Brasil Republicano (3): o tempo da experiência
democrática – da democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 131-132, com adaptações. 

Com base no fragmento do texto apresentado como referência inicial, em relação à experiência histórica brasileira entre 1945 e 1964, julgue (C ou E) o item a seguir.



Várias crises marcaram a trajetória brasileira entre 1945 e 1964, algumas extremamente dramáticas e de consequências marcantes para o País, entre as quais o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, a controversa eleição de Juscelino Kubitschek, em 1955, e a renúncia de Jânio Quadros, em 1961.

Alternativas
Comentários
  • CERTO

  • GABARITO: CERTO

    O período de 1945-1964 é considerado pelos historiadores do texto-base (série O Brasil Republicano) como o mais democrático da República brasileira, porém isso não significa que não houve tensões. Pelo contrário, muitas tensões ocorreram.

    Logo em 1945 o Exército precisa intervir para garantir as eleições que viriam a eleger Gaspar Dutra.

    Um golpe civil-militar estava engatilhado nas vésperas do suicídio de Vargas em 1954, e só não ocorreu pois a reação popular foi tão estrondosa que assustou os golpistas, que não teriam base de sustentação para as suas pretensões.

    Para que JK assumisse, mais uma vez o Exército interviu.

    Em 1961 o Brasil se viu em vésperas de guerra civil com a renúncia de Jânio Quadros e consequente posse de João Goulart. A Campanha da Legalidade liderada por Leonel Brizola mobilizou centenas de milhares de brasileiros em defesa da legalidade institucional.

    Em termos diplomáticos, a adoção da Política Externa Independente (1961-1964) também merece um breve comentário, visto que assustou os segmentos conservadores brasileiros. A PEI aproximou o Brasil do bloco socialista de uma forma jamais vista no período da Guerra Fria, enquanto garantia uma suposta ''independência'' frente aos EUA, o que repercutiu na política interna: nunca o Brasil teve tantos ministros de orientação declaradamente trabalhista, socialista e comunista como nas vésperas do Golpe de 64. Nem mesmo na Era Lula. Episódios como a condecoração de Che Guevara e apoio institucional às Ligas Camponesas e sindicatos operários também minaram o governo junto aos EUA e aos militares. Goulart no final do mandato tentou uma fracassada reforma agrária, o que seria o fim do período democrático.

  • O período de 1946 a 1964 na história política do Brasil é bastante intenso, sendo regido pela constituição de 1946, até então a mais democrática já promulgada no país. São os anos que se sucedem à ditadura do estado Novo. No entanto, apesar de todos os pesares, a industrialização e a urbanização, além do incremento da educação pública, trouxeram algum tipo de politização às camadas populares, ainda que sob o controle do Estado ditatorial dos sindicatos .

    São anos nos quais vemos uma crescente demanda por uma democratização política que, face ao contexto de época – guerra fria na arena internacional - é entendida como um crescimento da “esquerda" e do “ braço nacional do comunismo internacional". Há uma tendência à radicalização e polarização, o que desemboca em crises e instabilidade política. A afirmativa apresentada na questão destaca momentos em que esta instabilidade política se expressa em crises políticas: o momento do suicídio de Vargas em 1954, a eleição de Juscelino Kubitschek – contestada pela UDN e, quando da renúncia do presidente Jânio Quadros, apenas 6 meses e meio depois de ser empossado. A afirmativa , portanto, apresenta uma ideia de História correta

    RESPOSTA: AFIRMATIVA CERTA
  • comentário da professora Eulália Ferraz, para os não assinantes:

    O período de 1946 a 1964 na história política do Brasil é bastante intenso, sendo regido pela constituição de 1946, até então a mais democrática já promulgada no país. São os anos que se sucedem à ditadura do estado Novo. No entanto, apesar de todos os pesares, a industrialização e a urbanização, além do incremento da educação pública, trouxeram algum tipo de politização às camadas populares, ainda que sob o controle do Estado ditatorial dos sindicatos .

    São anos nos quais vemos uma crescente demanda por uma democratização política que, face ao contexto de época – guerra fria na arena internacional - é entendida como um crescimento da “esquerda" e do “ braço nacional do comunismo internacional". Há uma tendência à radicalização e polarização, o que desemboca em crises e instabilidade política. A afirmativa apresentada na questão destaca momentos em que esta instabilidade política se expressa em crises políticas: o momento do suicídio de Vargas em 1954, a eleição de Juscelino Kubitschek – contestada pela UDN e, quando da renúncia do presidente Jânio Quadros, apenas 6 meses e meio depois de ser empossado. A afirmativa , portanto, apresenta uma ideia de História correta

    RESPOSTA: AFIRMATIVA CERTA