É possível entender que existe uma disputa de poder entre o Estado estabelecido e organizações criminosas. No entanto, a atuação das organizações criminosas, nacionais e internacionais – como o narcotráfico que ultrapassa fronteiras – se dá de forma mais efetiva em áreas nas quais o poder público não atua, atua pouco ou é ineficiente.
Tais organizações tornam-se um poder paralelo àquele do Estado nos locais onde existe um espaço não ocupado entre o aparelho de Estado e a sociedade civil. Assim ganham legitimidade e, senão o apoio, o silêncio cúmplice das comunidades carentes de serviços. O poder das comunidades criminosas é proporcional, então à eficiência dos serviços que proporcionam à comunidade.
É claro que existe a prática da violência e o domínio pelo medo mas, a presença do medo não é suficiente para explicar a força e a amplitude da atuação do crime organizado nas áreas periféricas do planeta.
São áreas onde há a necessidade de politicas públicas voltadas para os excluídos de tal maneira que a inclusão os torne imunes à ação corrosiva mas paternalista do crime organizado. É fundamental o trabalho de lideranças de bairros, de ONGs, de escolas, de comunidades organizadas para que haja a efetiva neutralização desta ação das organizações criminosas.
No Brasil ainda há um longo espinhoso caminho a ser percorrido e, a atuação em favor destes excluídos é muitas vezes entendido como ameaça ao status quo, em ambos os lados: do estado e da criminalidade organizada.
E, por isso , aquele que atua corre o risco de ser boicotado ou eliminado. Vide o assassinato da vereadora .
Pelo acima descrito percebe-se que a afirmativa apresentada na questão está correta.
Gabarito do Professor: CERTO.