O nicho ecológico caracteriza a posição relativa de uma espécie num determinado ecossistema, incluindo os seus requisitos ambientais e a sua função no sistema.
Por exemplo, o nicho ecológico de um mal-me-quer (flor) a crescer num campo inclui a absorção de luz, água e nutrientes necessários à realização da fotossíntese e respiração, possibilidade de ser abrigo para insectos e outros organismos, e o fornecimento de oxigénio para a atmosfera.
O conceito de nicho tem cerca de um século e tem sido alterado ao longo do tempo. A primeira noção de nicho ecológico surge em 1910 com Johnson, quando ele descreve os hábitos e o ambiente onde habitam os besouros, e pouco depois é também utilizado por Grinnell em 1917. Joseph Grinnell desenvolve a ideia de que nicho de uma espécie é determinado pelo habitat em que ela vive, isto é, o conjunto de requisitos que permitem à espécie persistir e produzir descendência viável. No seu trabalho “The niche relationships of the Californian Thrasher”, ele descreve o ambiente que estas aves (nome científico: Toxostoma redivivum) ocupam, as tolerâncias fisiológicas, as limitações morfológicas, os hábitos alimentares, e as interacções com outros membros da comunidade. Na sua descrição de nicho Grinell antecipa o princípio de exclusão competitiva mais tarde desenvolvido por Gause, permitindo a existência não só de nichos ecológicos equivalentes mas também de nichos vazios.
Uma década mais tarde, Charles Sutherland Elton (1917) apresenta um nova perspectiva mais funcional do conceito de nicho, em que é o efeito da espécie no ambiente, isto é o papel que a espécie tem na comunidade e não no habitat apenas.
O conceito é popularizado em 1957, quando Hutchinson define nicho ecológico como um hipervolume com multidimensões, onde cada dimensão corresponde a condições ambientais distintas que definem os limites ambientais onde a espécie persiste.
Nicho fundamental é descrito como o conjunto de todas as condições ambientais (físicas e biológicas) onde determinado organismo pode potencialmente existir. Na prática, nem todas as condições desse espaço são aproveitadas devido à existência e à pressão exercida por outros organismos, e as espécies vêem-se obrigadas a ocupar um nicho mais limitado do que o disponível, e para o qual estão altamente adaptadas, é o nicho realizado (Fig.1) . Os nichos de espécies diferentes, mesmo espécies próximas, tendem a ser distintos em pelo menos alguns aspectos para que a diminuição da competição interespecífica minimize a sobreposição dos nichos ocupados.
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Nicho n-dimensional Este conceito apenas reforça a ideia das diferentes dimensões que um nicho pode ter. Vimos no exemplo do peixe que a temperatura pode ser uma dimensão no nicho de espécies diferentes, onde cada uma tem a sua preferência por uma temperatura específica. Além disso vimos também que as espécies de algas e musgos que os peixes comem ,sendo diferentes, dariam uma nova dimensão ao nicho delas. Sem contar ainda na profundidade onde cada espécie se alimenta, o que também é uma dimensão de nicho.
Então, o n do nicho n-dimensional, representa as várias possibilidades que temos de descrever os nichos de uma espécie, onde podemos encontrar a temperatura, recursos alimentares, locais de forrageiro, pH, etc.